Posso
dizer, sem qualquer sombra de dúvida, que o final de semana passado (20/21/04)
foi muito especial.
Começou
logo na sexta-feira pela manhã quando recebo um telefone de Maria Helena me
dizendo para acessar o blog: www.memorialheldercamara.blospot.com
e me deparo com o texto: “Estava a toa na vida o meu amor me chamou pra ver a
banda passar”, relembrando o memorável “Encontro dos Dons”, quando tive a
alegria de organizar e presenciar o reencontro de Chico Buarque e Dom Helder,
em julho de 1999, pouco mais de um mês antes do Dom falecer. E, ainda por cima,
com postagens de dois trechos do vídeo que fizemos do encontro. Um encontro
memorável. Para Chico, que até cantou “A
Banda” para Dom Helder e para os poucos privilegiados ali presentes. Ao ler o
trecho e assistir ao vídeo, me veio à lembrança todos os detalhes daquele
momento, desde quando tive a idéia e partilhei com Frei Betto, que se
encarregou de falar com seu compadre Chico, às conversas com Zezita, até o grande
dia.
Treze anos
e dois shows se passaram. E, Chico volta ao Recife para mais um show, ao qual
tenho a alegria de assistir, ao lado do meu marido, testemunhando um passeio
por músicas tão antigas quanto “Desalento”, passando por “Meu Amor”, “Geni e o Zepelin”,
“Ana de Amsterdã” e pelas do novo CD como “Essa Pequena”. Um belo show, com belas músicas e a voz e o
violão do maior compositor brasileiro de todos os tempos. Um presente
maravilhoso de Vinícius França e Mario Canivelo a quem agradeço de coração.
O Teatro
Guararapes estava lotado, por pessoas de várias idades. Ate crianças. Não é
fantástico ver que crianças curtem Chico Buarque? Volto pra casa feliz,
embalada pela voz suave de Chico que, como se adivinhasse meu pensamento,
cantou “Futuros Amantes”, a minha preferida. Poesia pura que contém na letra a
palavra “escafandrista” e, mesmo assim, é encantadora. Ele a tem cantado no biz
dos últimos três shows. Fantástico!
Na platéia,
as mulheres continuavam assanhadas, como em 2007, talvez um pouco mais calmas. Desta
vez, não invadiram o palco. Mas continuaram gritando declarações de amor e, ao
final do show, correram para o pé do palco, não se importando de estar
impedindo a visão de quem, como eu e meu marido, estávamos na primeira fila. Tudo
isso na esperança de receber um toque de Chico em suas mãos.
No sábado,
mais emoções musicais: assistir, pela segunda vez, a um show de Paul McCartney.
Meu beatle preferido. Presente das três filhotas. Mais uma vez.
O danado é
que sempre fui assim, meio do contra. Quando todo mundo curtia Roberto Carlos,
eu curtia Ronnie Von. Quando todo mundo preferia, de longe, John Lennon, minha
preferência era Paulo.
Desta vez,
fomos só eu e meu marido, porque as três filhas não estavam aqui. Mas, na falta
das filhas, pegamos duas emprestadas e levamos duas amigas da filha caçula, o que
foi super legal. Como no show de Chico, o de Paul reuniu pessoas de todas as
idades, de todos os lugares, do Nordeste e de mais longe, até do Sul do País.
Duas horas
em pé na fila, mais três horas de espera até o show começar, não impediu de
curtirmos o show em todo o seu esplendor, cantando e dançando, embalados por um
Paul alegre e animado, que se preocupou em falar não apenas em português mas,
em dizer frases em pernambucanês como “povo arretado”.
Pessoas até
mais velhas que a gente estavam ali, ao nosso lado, na arquibancada, curtindo o
ídolo de sua juventude e também, de sua maturidade.
Foi um
final de semana que talvez não se repita mais, quando pude assistir aos shows
de meus ídolos desde os tempos de infância, E olha que faz um pouquinho de
tempo!
Dois
estilos diferentes, de música e de postura no palco. Um, voz e violão,
intimista, tranquilo, entoando suas canções com recato e até mesmo, uma certa
timidez. O outro, aloprado, tocando e cantando vários ritmos, dançando e
pulando, com a camisa grudada de tanto suor e parecendo nem se importar.
Foi um
final de semana memorável. Não foi perfeito. Para ser perfeito seria preciso
que as três filhas estivessem com a gente, nos dois shows, curtindo e cantando,
como fazíamos no carro, quando voltávamos da casa da avó ou de algum outro
local. Esse desejo ainda fica no ar,
espero que não por milênios.
Para quem
não teve a oportunidade de ir a estes shows ou que perdeu um ou outro, digo que
perdeu dois momentos ímpares de curtir o que há de melhor na música brasileira
e internacional.
Chico e
Paul, o povo arretado, cabra da peste adorou ter vocês por aqui. E, pensem na
gente na próxima turnê.
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