sábado, 23 de abril de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - CAPÍTULO 11

PLAYCENTER (OU MIRABILANDIA) NO AR

No final do ano passado a nossa garota, das terra geladas européias, veio ao Brasil para passar as férias com a família. O namorado dela, um simpático norueguês, veio junto.

Foram férias maravilhosas, pelo menos para mim. Apesar da garota das terras geladas americanas não poder ter vindo, reunimos quase toda a família.

Quando o terrível dia (para mim) da volta chegou, levamos os dois ao aeroporto e voltamos para casa para aguardar notícias.

A garota enviava torpedos, nos situando por onde estava. Só que, o aviso de que já deveria estar em casa, demorou muito a chegar. Só mais tarde soubemos o motivo.

Quando estavamno vôo de Amsterdan para a cidade onde mora, a nossa garoto e o namorado viveram uma aventura inesquecível.

Na cidade onde mora venta muito. Aterrissar por lá é sempre algo muito desagradável

Mas, desta vez, foi especialmente desagradável e apavorante.

Bem, começam os procedimentos de apertem os cintos, coloquem a cadeira na posição vertical, desliguem os laptops e os celulares, enfim, toda aquela preparação para um tranqüilo encontro com a terra.

Daí, depois de acesas as luzinhas de aviso, todo mundo organizado, o comandante começa a aproximação e, em breve, chão firme.

Que nada! A primeira tentativa de aterrissagem se frustra. Então, vamos à segunda tentativa. Aproximação, vamos conseguir e .... nada, de novo...

Foi aí que as pessoas se deram conta de que algo não ia bem. O avião começou a balançar tanto, mas tanto, que o pânico se instaurou e se espalhou pelo avião.

As começaram a ficar inquietas, a pedir informações e nada. E o avião balançando. A nossa garota se sentiu em pleno Playcenter (Mirabilandia), em um brinquedo chamado Saltamontes, onde as pessoas sacolejavam tanto que pareciam estar em uma batedeira de bolo.

E as pessoas ficando mais nervosas, falavam alto e vomitavam. A nossa garota e o namorado, preocupados com o que estava acontecendo, tentavam se manter calmos. Mas vamos combinar que não dá para se manter calmo por muito tempo quando ao seu redor as pessoas gritam e devolvem o conteúdo estomacal, enquanto o piloto tenta aterrissar por duas vezes e não consegue.

Mas, enfim, depois de muito chacoalhar, na terceira tentativa o piloto conseguiu fazer o que o pai das garotas chama de “queda controlada”, que é exatamente uma situação como esta em que o piloto consegue levar ao avião até o chão firme, mas não é bem o que se pode chamar de aterrissagem normal.

Enfim, passado o enorme susto, a calma voltou à aeronave e, apesar das cabeças zonzas e do barulhinho esquisito que alguns devem ter ficado por algum tempo no ouvido, finalmente, terra firme e uma grande dúvida se, da próxima vez, não seria melhor descer em alguma outra cidade e voltar pra casa de ônibus.

Bem, isso é um assunto realmente a se pensar.

domingo, 10 de abril de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE – CAPÍTULO 10

EPISÓDIO DE HOJE:

BARRADOS NO BAILE

Para quem foi jovem ou adolescente na década de setenta, começo da de oitenta, conhece uma família bem extravagante formada por Pepeu Gomes, Baby Consuelo e filhos. O casal de baianos, ambos cantores, se vestiam de maneira bem alegre, coloriam os cabelos e faziam o maior barulho onde chegavam. Certa feita, resolveram levar à família para conhecer os parques da Disney e pasmem: foram barrados. A entrada da alegre família foi vetada porque, coloridos como estavam, chamariam mais atenção nos parques do que as próprias atrações. Frustrados, voltaram para o Brasil e contaram o “veto” em forma de música. E olha que isso foi pelo menos uns trinta anos antes da paranóia anti-terrorista que assola os EUA.

Foi dessa bizarra desventura da família de artistas brasileiros que me lembrei quando a nossa garota das terras geladas das Américas viveu a sua desventura em terras do “tio” Sam.

Tudo começou mais ou menos dez dias antes da comemoração de lá do “Dia de Ação de graças”, quando um amigo falou que sua irmã e seu cunhado chegariam de Boston para passar o feriado de “Thanksging” com ele. Daí surgiu a ideia de irem a Niagara Falls no Sábado e, no Domingo, preparariam jantar de Ação de Graças, devidamente organizado pelo namorido da nossa garota.
Começou então a animada organização da viagem. Seriam 10 brasileiros
em dois carros, dirigidos pelos que tinham carteira internacional.

Depois de muita pesquisa conseguiram uma locadora que ainda tinha carros disponíveis e, através do site, concretizaram o aluguel.
A semana que precedeu a viagem foi super tranquila, com todos se organizando para o grande dia.

Finalmente o sábado chegou. A turma acordou cedo, se arrumou e foi para o aeroporto pegar os carros.
Então, dividos nos dois carros, partiram para Niágara, onde a garota já estava com todo o seu equipamento fotográfico pronto para fazer belas imagens.

Partiram seguindo um GPS que se mostrou mais desorientado do que a turma de estrangeiros, vejam vocês. Depois de umas ruas erradas e de voltarem para o Aeroporto, porque o GPS mandou-os fazer isso, finalmente conseguiram pegar a Highway e lá se foram rumo às cataratas.

Depois de alguns tempo chegaram em Niagara on the Lake, que é uma cidadezinha LINDA perto das cataratas. Parece uma cidade cenográfica.

O dia tava lindo, fazendo uns 10 graus. Uma delícia.
Pois muito bem, vista a bela cidadezinha, fotos tiradas, retomam o rumo para as cataratas

Ao chegarem em Niagara Falls, um dos carros passou desembestado e o carro em que ia nossa garota, ficou parado no sinal vermelho, tempo suficiente para perder o outro carro de vista.

E, em lugar dos ocupantes do carro se preocupar em ler as placas, ficaram apenas preocupados em localizar o outro carro, que, a estas alturas, já ia longe. Até que seguiram um carro que, na verdade, não era o dos amigos e sim apenas parecido.

Quando passaram do sinal, não estavam mais vendo o outro carro. E, foi aí que a vaca começou a ir para o brejo: em vez de seguirem pela DIREITA indo para o estacionamento do Cassino, entraram à ESQUERDA.

De repente, não mais que de repente entram em uma ponte... quando a nossa garota olha para a janela direita... o que ela VÊ??? As CATARATAS! Na hora ela gelou!!
Daí falou:” Gente, se as cataratas estão à nossa direita e a gente tá indo pro lado esquerdo, estamos indo para os ESTADOS UNIDOS!!!!" MEEDDOOOOO!!!!
Dito e feito minha gente! Entraram na ponte para atravessar a fronteira americana! NINGUÉM tinha visto para onde estavam indo e não tinha como dar ré ou como fazer um retorno. Nessa hora, a garota levanta a cabeça, estufa o peito, respira fundo e diz: "AGORA F&%$!"
Um casal que nem os passaportes tinha levado, pensou r
ápido e teve a brilhante ideia de descer do carro e voltar a pé pro Canadá antes que atravessassem realmente os EUA. Então ficou no carro a garota e um casal de amigos recém chegados do Brasil.

Quando chegaram ao guichê, a amiga da garota foi explicar ao guarda o que tinha acontecido. Ele mandou desligar o carro, descer e entregar a chave. E falou pra nossa garota, que estava no celular: Madame, afaste-se do seu telefone. Com aquela peculiar “gentileza” dos funcionários da imigração americana.

Pelo visto, todo estrangeiro que esteja na fronteira deles é considerado bandido, ou, atualizando, terrorista, até que prove o contrário. Os três subiram no prédio da imigração, esperaram um horror de tempo até serem chamados. Foram interrogados, fichados, tiraram impressões digitais, fotos, o diabo a quatro.

QUATRO HORAS E MEIA DEPOIS é que foram liberados. Ou seja, a tão planejada viagem, já era.

A garota indignada só pensava no quanto os norte-americanos são realmente insuportáveis. E o pior é que eles foram barrados sem sequer ter a menor intenção de adentrar os EUA. E Sabem o que a funcionária que atendeu aos três disse: que esse engano acontece de 4 a 5 vezes POR DIA. E eles não fazem um retorno nem simplificam a burocracia para facilitar a vida de quem pegou o danado do caminho por engano? É revoltante isso. Mas, gente, são norte-americanos não é?

Fora o guarda que os atendeu na chegada que foi super grosseiro, eles até que foram bem tratados, riram, fizeram brincadeiras... mas foi uma encheção de saco só! E uma viagem quase perdida.

E a danada da funcionária que nos interrogou, apesar de ser simpática, ficou fazendo terrorismo, dizendo que teriam problemas para voltar pro Canadá. Americano é uma raça complicada mesmo.
Enfim, depois de todo este bafafá, finalmente foram li
berados. Na volta, ao entrar em território canadense, a funcionária do guichê pediu para estacionarem o carro e entrar no prédio.

Apesar de muito educada, os três pensaram: Vamos passar mais outras quatro ou cinco horas aqui, pra poder voltar para o Canadá. Mas, para sua surpresa e alegria foram liberados em 20 minutos e voltaram ao lugar de onde nunca deveriam ter saído, livres da arrogância e da prepotência dos norte-americanos.
Enfim, quando finalmente conseguiram chegar a Niágara já estava escuro. Mas até que deu pra tirar umas fotos e dar um passeio rápido.

É isso aí gente: se for dirigir, leve um bom e velho mapa. E se for passar perto de alguma fronteira norte-americana, leiam as placas, antes que seja tarde.

domingo, 3 de abril de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE – CAPÍTULO 09

Episódio de hoje: GHOST WHISPERER

Voltando agora para as outras terras geladas, as nórdicas, pertinho da terra do Papai Noel, vamos reencontrar a nossa primeira garota.

Depois de todas as desventuras com o apartamento anterior, ela, finalmente, encontrou um apartamento legal, localizado onde ela queria, perto do trabalho, perto do centro, perto do namorado, perto de tudo afinal.

Mobiliado, organizado, uma gracinha, o apartamento parecia atender a todas as expectativas da nossa garota.

Bem, quase todas. Porque, digamos assim, ela não estava ansiosa por vivenciar mais experiências esquisitas.

Mas vamos lá. Tudo começou em um dia em que ela foi colocar o lixo do lado de fora. Não havia mais ninguém no apartamento. Apenas ela. Quando entrou, do nada, um pirex que estava quietinho em cima de uma prateleira, resolveu voar e pimba, cair na cabeça da nossa menina.

Além da dor, o espanto ainda maior. Como foi que o pirex caiu de cima da prateleira?

Encucada com o acontecido, a menina olhou por todo canto da cozinha, mas não viu nada, nem ninguém que pudesse explicar como o pirex voou sozinho e acertou a sua cabeça.

Deixando de lado o episódio, a garota foi levando sua vida normalmente, sem pensar mais no episódio.

Passados vários dias, ela estava sentada, usando o computador, enquanto assistia a um DVD. Não estranhem, as pessoas desta família são assim mesmo, não conseguem assistir a TV sem estar fazendo uma outra coisa, tipo usando PC, fazendo as unhas, lendo alguma coisa, enfim, confesso que somos um tanto estranhas mesmo.

Mas enfim, estava a nossa garota na dela, tranqüila, quando, assim, do nada, a TV mudou de canal sozinha. Novamente ela estava sozinha em casa. Eu tenho uma teoria que talvez a TV tenha aquele tipo de problema de que precisa ser o centro das atenções e não suportando o fato da garota estar também o usando o PC, resolveu mudar de canal pra chamar a atenção. Poder ser não pode?

Bem, mais uma vez, atônita, a nossa garota não achou explicação para o acontecido. Também não acho que ela vá concordar com a minha explicação. Mas, enfim, foi mais um episódio sem explicação que foi deixado pra lá.

Algum tempo depois, estava a garota e o namorado cozinhando quando, de repente, do nada, a luz do apartamento apagou. SÓ A DO APARTAMENTO DELA. Nem no hall falou luz.

Sei não viu. Alguma coisa me diz que este apartamento é esquisito.

Mas, enfim, a luz voltou e o episódio foi se juntar aos outros, no arquivo dos casos insolúveis.

Vamos combinar que a garota está criando uma espécie de arquivo “X” próprio.

Daí, esta semana, o namorado estava viajando e ela, sozinha no apartamento. De repente, começou a ouvir um barulho que vinha debaixo da geladeira. Ela, corajosamente foi investigar. Passou vassoura em baixo da geladeira, olhou com uma lanterna e não encontrou nada.

E lá se foi mais um caso para o arquivo “X”.

Bem, acho que a explicação da TV mudando de canal sozinha não foi lá muito boa. Então, estou sendo levada a acreditar que é um caso de Poltergeist. Sabe, daquele tipo de evento sobrenatural que movimenta objetos?

Pois é. Não sei não. Eu se fosse a garota procurava mesmo fazer amizade com quem o que está perturbando a ordem no apartamento. Descobria o que contraria o Poltergeist e entrava em um acordo.

Afinal, ela não vai querer levar pirexa na cabeça ou ficar No escuro a cada vez que o cabra se contrariar, vai?