sábado, 12 de maio de 2012

EU NÃO EXISTO LONGE DE VOCÊS...

Depois de quase trinta e dois anos exercendo a fantástica função de ser mãe, este será o primeiro Dia das Mães que passarei longe das minhas três filhas. Não vai ser fácil. Mas será inevitável. 


Não consigo colocar em palavras o que é ficar longe das minhas três filhas, sobretudo no dia em que costumávamos estar sempre todas juntas, na casa de minha mãe.


Por isso, separei alguns versos da música "Fico assim sem você", que dedico às minhas três princesas:




Avião sem asa
 Fogueira sem brasa
 Sou eu assim sem você!

Futebol sem bola
 Piu-piu sem Frajola
 Sou eu assim sem você!

Circo sem palhaço
 Namoro sem abraço
 Sou eu assim sem você!

Eu não existo longe de você
 E a solidão é o meu pior castigo
 eu conto as horas pra poder te ver
 Mas o relógio tá de mal comigo

Neném sem chupeta
 Romeu sem Julieta
 Sou eu assim sem você!

Carro sem a estrada
 Queijo sem goiabada
 Sou eu assim sem você!

Eu não existo longe de você
 E a solidão é o meu pior castigo
 eu conto as horas pra poder te ver
 Mas o relógio tá de mal comigo


terça-feira, 8 de maio de 2012

E SE AO LUAR QUE ATUA DESVAIRADO VEM SE UNIR UMA MÚSICA QUALQUER...

Era dia de sábado. Dia consagrado à farra. E, ainda por cima, com um atrativo: uma super lua, vejam vocês. Mas, para mim, que estava com uma daquelas gripes de derrubar avião, tudo o que eu queria mesmo era me deitar e parar de tossir. Mas daí o telefone toca e a comadre me faz uma proposta irrecusável: vamos ver a super lua na beira-mar, com violão. Entre um acesso de tosse e outro, tento explicar ao marido, também com a mesma gripe (com quem peguei, aliás), o que estava sendo combinado. O corpo doía, a garganta doía, a barriga e a cabeça então, nem comento, de tanto esforço para tossir. Mas o que é mais uma noite sem dormir, diante da possibilidade de encontrar com os amigos, para curtir a lua e tocar violão. Tudo bem, nós vamos, me vi falando ao telefone. Mas, prometi a mim mesmo que não iria cantar. Como se fosse possível.
E foi assim que um grupo de amigos que se juntou ao luar imenso, brilhante e desvairado e unido, não por uma música qualquer, mas por músicas especiais. E não foi um grupo qualquer. Foi um grupo que, este ano, completa quarenta anos de amizade. Os primeiros a se conhecerem fomos eu e Jorge, no grupo SOS, coordenado pelo querido e imensamente saudoso Pe. Ivan. Depois, eu e João, nos conhecemos no Nóbrega, onde passamos a estudar na mesma sala. Depois conheci Teca, no Encontro de Jovens do Salesiano e ficamos amigas sem ter a menor ideia que ela era irmã do meu amigo João. Empatia é assim. Passa de irmão para irmã. Como passou para toda a família deles, desde os pais,com quem eu me dava super bem até os irmãos, incluindo Ró, que esteve conosco, de passagem para ir assistir à concorrência (foi ver João Bosco e Toquinho), junto com o marido Luciano e as filhas Nathalia e Manu. Mais para o final do ano foi a vez de conhecer meu compadre Alexandre, também no EJC do Salesiano. EU e Sérgio nos conhecemos no ano seguinte, quando ele veio ajudar na realização de um curso de Parapsicologia com o Pe. Quevedo.

As caçulinhas do grupo são mãe e filha.Márcia, a quem conheci quando namorava com Jorge e Júlia, que conheci ainda na barriga e posso dizer que vi nascer, já que estava lá na maternidade quando ela chegou. Antigamente a gente se via mais. Quando adolescentes e jovens, praticamente todos os dias. Depois, estudos, trabalhos, mudanças, idas e vindas e a gente vai se distanciando, não emocionalmente, mas fisicamente. Por isso que esse encontro da super lua foi tão significativo. Porque ele nos mostrou que, mesmo coroas, com filhos crescidos, casados, até com netos, ainda podemos nos divertir como nos velhos tempos. Com os filhos espalhados mundo afora, vai ser difícil reunir todos em uma grande serenata. Mas sonhar juntos é o começo da realidade, como dizia Dom Helder. Quem sabe, no final do ano, a gente não consiga reunir a tropa toda, pra cantar pra lua? Pois então, com amigos é assim. E entre cervejas, agulha, batatinha e macaxeira fritas, entre a curtição do show de Paul e músicas dos Beatles, Vinícius e Chico, a sensação gostosa de saber que como diz aquela antiga música de Nat King Cole “bastou se ver mais uma vez pra sentir que não passou”?