domingo, 29 de maio de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE – EPISÓDIO 12

Voltando ás nossas Desventuras Fora de Série, vamos falar da viagem de nossa garota das terras geladas da Europa à capital do país onde mora.

DISSABORES NA CAPITAL

A nossa garota é super fã de uma banda americana, cujo vocalista é do país onde nossa garota mora. Portanto, seria uma apresentação na casa do vocalista, digamos assim.

Vale salientar que a nossa garota é mais fã do vocalista do que da banda propriamente dita. Por isso, comprou os ingressos em outubro do ano passado, para garantir a sua presença.

Neste intervalo de tempo entre a compra dos ingressos e o dia do show aconteceu o inesperado: o vocalista da banda adoeceu e parou de se apresentar.

O tempo passava e as esperanças de que o vocalista voltasse ás suas atividades foram diminuindo, diminuindo, até se confirmar o seu afastamento definitivo da banda.

Bem, ingressos já comprados, para a nossa garota e seu namorado, o que fazer? Resolveram seguir em frente e ir ao show.

Tomaram o trem noturno e chegaram à capital dia claro. No albergue aonde iriam se hospedar, a diária só começava ao meio-dia. Mas eles poderiam deixar as malas lá, sair para passear e voltar depois para se instalarem.

Poderiam, é claro, se não houvesse um pequeno problema: eles se esqueceram de colocar cadeados nas malas. E, sendo assim, como poderiam deixar as malas sem nenhuma segurança?

Teriam que, primeiro, comprar cadeados, para depois deixar as malas. Mas, daí, surgiu outro probleminha. Mais um, na verdade: o shopping, onde poderiam comprar os cadeados, só abriria às 10h.

Foram então a um café, para fazer hora. Estava passando um jogo. O namorado de nossa garota se concentrou no jogo enquanto ela, não resistindo ao confortável sofá onde estava simplesmente arriou e dormiu. Isso mesmo: dormiu, bem ali, no café, no meio de todas aquelas pessoas. Mas, enfim, vexames a parte, o shopping abriu, os cadeados foram comprados e as malas deixadas no albergue.

À noite o show foi bom, mas não tanto quanto deveria, se o vocalista fosse o anterior. Realmente, sem ele, a banda perdeu parte de seu brilho. Aliás, uma boa parte.

No dia seguinte, na volta para a casa, se encaminham para a estação de trem e, ao chegar, surpresa! A estação estava fechada para conserto. Como assim fechada para conserto, se, ainda ontem, desembarcaram nela e não haviam notado nenhum aviso indicando o fechamento? Como isso estava acontecendo?

Bem, o trem deles sairia às duas e meia da tarde e a previsão de abertura da estação era ao meio-dia.

Á uma da tarde avisaram que o serviço estava atrasado e que a estação não iria abrir no horário previsto.

Tiveram então que tomar um ônibus e ir para uma cidade vizinha pegar um outro trem. Só que aí havia mais um problema: eles iriam pegar uma conexão que, a estas alturas, estava comprometida por causa do novo horário do trem que tiveram que tomar.

É claro que chegaram à estação da conexão completamente atrasados. Mas, pelo menos aí, uma boa notícia, o trem estava aguardando os passageiros da conexão.

Finalmente, embarcaram de volta para casa, depois de uma viagem pequena, mas cheia de pequenos contratempos.

Mas, em se tratando de nossas garotas, quem se surpreende?


sábado, 21 de maio de 2011

CASAMENTO: A INSTITUIÇÃO ESTÁ EM CRISE?

Li, no começo deste ano, o livro “COMPROMETIDA”, de Elizabeth Gilbert, autora do famoso “Comer, Rezar e Amar”. Apesar de não prender tanto a atenção e de não ser divertido como o primeiro, de uma forma, digamos, instrutiva, ele se torna interessante, apesar de ser escrito de uma maneira um tanto monótona.

Mas, o que o torna interessante é o estudo que ela faz sobre a instituição do matrimônio, em diversas culturas.

À medida que ia lendo sobre as visões, tão diferentes umas das outras, do casamento ao redor do mundo, fui concluindo que, pelo aqui no Brasil, graças a Deus, o casamento, pelo menos em sua maioria, ainda é visto dentro de uma visão romântica, onde o amor é a parte essencial.

Independentemente de ser casamento no civil, sacramento do matrimônio, para os católicos, união estável ou, simplesmente, morar juntos, a vida a dois é difícil, cheia de altos e baixos, mas muito gratificante.

Eu e meu marido comemoramos, nesta sexta, 20, 33 anos de casamento, de matrimônio, enfim, de partilhamento da vida.

Com três filhas, duas das quais morando longe, como todos sabem e, a caçula viajando, achei que teríamos um dia normal, sem grandes surpresas.

Mas, imaginem vocês que, enquanto esperávamos o elevador para irmos trabalhar, ouvimos passos na escada e eis que surge uma amiga das meninas, da família melhor dizendo, com um presente na mão e nos diz:”Estou aqui em nome das meninas para desejar um feliz dia e entregar este presente”. Vejam vocês, mesmo distantes, as três não deixaram passar em branco. Tiveram a preocupação de escolher um livro pela internet, pedir ao amigo, namorado da que trouxe o presente, para comprar e para nos entregarem em nome delas. Não preciso dizer que a emoção tomou conta não é?

Às vezes, quando não estou assim nos meus melhores dias, fico me perguntando se fizemos tudo como deveria ser feito; se criamos nossas filhas da maneira correta; se fomos e se somos um bom exemplo para elas. Mas, basta ler as mensagens que escreveram no dia das mães e o que fizeram, escreveram e falaram sobre o aniversário de casamento, para ter as minhas perguntas respondidas positivamente.

Completar 33 anos de casados está se tornando uma façanha cada vez maior e mais difícil. O dia a dia, a luta pela sobrevivência, as exigências que o mundo faz de cada um de nós, dificultam os relacionamentos.

Ainda esta semana uma amiga, que morou um tempo longe da família, que passou pela experiência da saudade e dar que ela provoca, me disse que cada vez que a saudade apertar e a tristeza começar a doer, eu pense que as minhas filhas estão construindo os seus sonhos, criando as suas próprias famílias e que estão felizes.

Nos emocionamos juntas, enquanto enxugávamos as lágrimas que teimavam em escorregar. Mas também sorrimos, porque a gente que é mãe sabe que, o que realmente importa é que nossos filhos sejam felizes. Ainda que distantes da gente.

Encerramos o dia assistindo a dois shows muito bons, no Manhattan Café, presente de uma amiga, que tive a alegria de conhecer no trabalho e que adotei como filha do coração. O primeiro show, dos Garçons Cantores, nos encantou pela harmonia, pelas belíssimas vozes e pelo repertório excelente. E, fechando a noite, o show da banda Beatles 4 ever, considerada a melhor cover dos Beatles no Brasil. Foi um belo dia, esta sexta-feira. Encerrada com chave de ouro, relembrando grandes sucessos de nossa banda preferida.

Depois de ler tantas histórias sobre casamentos, depois de ver, o dia todo nas TVs, trechos do casamento real do século, sabem o que importa mesmo? A nossa experiência.

Afinal, viver juntos, é como criar filhos, não tem receita, não tem manual de instrução. Tem mesmo é que ter muito amor, muito carinho e uma vontade enorme que dê certo.

Às minhas filhas, ao jovem casal de amigos, portadores do presente, á filhota adotiva e os ingressos para os shows, só temos a agradecer e dizer que o maior presentes de todos foi o carinho de vocês.

domingo, 15 de maio de 2011

AINDA SOBRE O TEMA DO MÊS; MÃE

Tenho observado, ao longo de minha vida, diversas formas de se educar (ou não) os filhos. lembro-me que, adolescente, vinha o desânimo, a falta de paciência, digamos assim, de minha mãe ou tias, quando chegava para visitá-las algum casal de amigos, trazendo os filhos mal-educados.
Diversas vezes ouvi comentários do tipo: "Gosto muito de fulaninha e fulaninho, mas seria tão bom que eles nos visitassem sem os filhos".
Ou a expressão de alívio quando as visistas indesejados iam embora, deixando um rastro de desarrumação, coisas quebradas e sujeira.
Como sempre quis ter filhos, cresci com o firme propósito de que criaria meus filhos de tal forma que ninguém jamais se sentiria incomodado com a presença deles.
Decidi, ainda na adolescência que a palavra "LIMITE" jamais sairia de meu diocionário.
E, quanto mais eu lia a respeito de educação infantil, mais me convencia da necessidade dos pais imporem limites aos filhos. a imrpotãncia de saber dizer NÃO na hora certa, sempre foi fundamental, diziam os especialistas. Mimar demais os filhos é prejudicial ao crescimento emocional da criança, diziam os mais experientes.
mas, por que será que, apesar de toda a literatura a respeito da falta de limites, de todos os debates, de todos os conselhos, a impressão que se tem é de que, na maioria das famílias, o limite foi, definitivamente, suprimido, não apenas do dicionário, mas do dia a dia.
E, mesmo com as filhas crescidas, cuidando de suas próprias vidas, continuo observando as mães e seus filhos, essa relação de amor, que às vezes ultrapassa o limite (olha ele aí) do bom senso e se torna complicada, dolorosa e difícil.
Como falei em minha postagem anterior, os filhos não vêm com manual de instrução e dai, temos que agir pela intuição, pelo instinto materno, pelo coração, mas sem, em nenhum momento, esquecermos de usar a razão e este tal de bom senso.
Ser uma boa mãe, com certeza, não é fazer tudo o que os filhos querem, deixando-os emocinalmente frágeis, dependentes e, o pior, achando que o mundo tem a obrigação de servi-los.
Sei que muita gente, sabendo de minha visão sobre como educar os filhos, poderá até me perguntar algo do tipo:quem você pensa que é para falar sobre o que é certo ou errado na educação dos filhos?
EU? Eu sou uma orgulhosa mãe de três filhas que seguem suas vidas, construindo seu próprio futuro, sabendo para onde querem ir, lutando por seus sonhos e olhando para frente, tendo o passado como referência e o presente como o momento de fazer a coisa certa.
Temso defeitos? Claro que temos. Muitos. Qual o ser humano que não tem? Mas, são apenas defeitos, uns suportáveis, outros nem tantos.
Os cartões que as três me escreveram no Dia das Mães e que me fizeram chorar de emoção, me confirmam que cada não que eu dei, cada limite que coloquei, cada concessão que fiz, valeu e muito, a pena.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

FELIZ DIA DAS MÃES


Esta semana não vou falar das Desventuras Fora de Série. Vou falar do mês que está começando: o mês de maio. O mês das mães.

O que é afinal ser mãe? Quando pequena ouvi muito a famosa frase que “ser mãe é padecer no paraíso”.

“Havia também uma musiquinha que era cantada como homenagem ás mães, cuja letra dizia: Ela é a dona de tudo, Ela é a rainha do lar, Ela vale mais para mim, Que o céu, que a terra, que o mar.
Ela é a palavra mais linda, Que um dia o poeta escreveu, Ela é o tesouro que o pobre, Das mãos do Senhor recebeu
Mamãe, mamãe, mamãe, Tu és a razão dos meus dias, Tu és feita de amor e de esperança, Ai, ai, ai, mamãe, Eu cresci, o caminho perdi. Volto a ti e me sinto criança.
Mamãe, mamãe, mamãe, Eu te lembro o chinelo na mão, O avental todo sujo de ovo, Se eu pudesse. Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo”...

E eu tinha uma tia, Anita, que apesar de ser dona-de-casa, não admitia que cantassem esta música para ela. Já, naquele tempo, tinha pensamentos mais ousados do papel da mãe.

A minha mãe também nunca foi essa rainha do lar, de chinelo na mão e avental sujo. Ela é uma mulher forte, corajosa que, criada para ser “do Lar”, não hesitou em arregaçar as mangas e ir trabalhar fora para ajudar a pagar as contas. Trabalhava fora e cuidava de minha irmã e de mim, sem deixar nos faltar, sobretudo carinho.

E, vejam vocês, o meu caminho foi inverso ao dela. Pertencendo a uma geração após a revolução sexual da década de 60, fui preparada para trabalhar fora, ser independente e, jamais, ser a rainha do lar.

Pra começar, contra tudo e contra todos, cursei jornalismo, curso de comunista e mulheres liberadas, vejam só! Comecei a trabalhar aos 19 anos. No último ano da faculdade, tinha dois empregos e ainda era free lancer do Jornal da Cidade.

Mas quando minha filha mais velha tinha 8 meses de idade e meu marido foi transferido para Natal, fui eu quem não hesitou. Só que no caminho contrário ao de minha mãe, deixei de trabalhar para cuidar da minha filha e da casa, morando em uma cidade estranha, longe da família e sem a estrutura que eu tinha, quando morava aqui.

Minha mãe teve que trabalhar por questões financeiras. Não tinha outra opção. Eu tinha, mas preferi deixar de trabalhar.

Foram três anos de uma nova experiência. Confesso que, em nenhum momento me senti frustrada ou coisa parecida. Passei a ser mãe em tempo integral e esses foram momentos que jamais vou esquecer. Éramos eu, meu marido e ela, contando apenas um com o outro.

Voltei a morar em Recife, tive a segunda filha e, não voltei a trabalhar, apesar dos convites que recebi. Tinha então o propósito de só voltar a trabalhar quando minhas filhas estivessem maiores.

Fazia trabalho voluntário, um ou outro trabalho esporádico, mas nada de voltar definitivamente. Foi aí que a caçula chegou e voltei a ser mãe em tempo integral. E foi muito muito bom poder conviver com as minhas três princesas o tempo todo e participar de cada momento de suas vidas. Do primeiro dentinho aos primeiros passos. Das primeiras alegrias às primeiras decepções.

Foi muito gostoso participar das apresentações na escola, das festas das mães, das aberturas dos jogos. Quem nunca vivenciou isso não tem como saber como é maravilhoso ver as filhas cantando, dançando, entregando o presentinho feito por elas próprias para o Dia das Mães.

Só algum tempo depois voltei a trabalhar meio período.

Hoje, quando vejo as minhas filhas adultas, as mais velhas construindo as suas próprias famílias, a caçula se preparando para entrar na universidade, todas independentes, decididas, sabedoras do que querem para o seu futuro, olho para trás e não me arrependo, nem por um segundo, da opção que fiz. Cada minuto que passei ao lado delas, cada brincadeira que fizemos, cada história que contei ou inventei, cada filme ou desenho que assistimos juntas, não tem preço.

Se na época da minha mãe, a mulher que trabalhava fora enfrentava o preconceito de não ser “do lar”, para mim era o contrário. Eu enfrentava o preconceito das mulheres independentes, que me olhavam com desprezo por não trabalhar. Como as coisas mudam não é mesmo?

Ser mãe em tempo integral ou trabalhar fora deve ser uma opção, não uma imposição. Passei muitos anos fora do mercado de trabalho e, nem por isso, sou menos competente do que as mulheres que continuaram trabalhando.

Ouvi muito a frase: “o importante não é quantidade de tempo que se passa com os filhos, mas a qualidade”. Para mim, tudo é importante. E, se puder unir quantidade à qualidade, saímos todos ganhando.

Ser mãe é algo muito maior do que gestar ou ter um filho. Ser mãe independe de laços sanguíneos, DNA ou afins. Ser mãe é ter a capacidade de amar sem medidas, de fazer o possível e o impossível para que os filhos cresçam sentido-se um ser humano de verdade e, acima de tudo, vendo os outros como seres humanos.

Ser mãe é saber dizer não na hora certa, é saber dar sim com comedimento, é cuidar do “dodói do corpo” e do coração.

Mas, antes de sermos mães, somos mulheres, cheias de virtudes, mas também de defeitos. E aí, erramos muito ao educar os nossos filhos. Bem que eles podiam vir com manual de instrução não é mesmo? Mas não vêm. E, cada um é diferente do outro. O que nos leva á loucura sobre a forma de agir, que nem sempre é a mesma para todos.

Mas, errando ou acertando, o mais importante é que tudo o que façamos, seja por amor.

O tal do dia das mães está chegando. Na mídia, chovem as propagandas, oferecendo de tudo para presentear aquela que deu a vida aos filhos.

Uma, em especial, me tocou bastante e, podem até rir do que vou dizer, mas ela me faz chorar.

Acho que a loja não vai se importar se eu colocar aqui o LINK para que vocês possam ver.

E, quem como eu, estiver longe de seus filhos, vai entender e, como eu, vai se emocionar.

Mesmo que o Dia das Mães tenha um caráter comercial, acho que é legal ter um dia que os filhos prestam uma homenagem ás suas mães.

Mesmo que os filhos não estejam por perto e que isso deixe o coração apertado e doendo, vale e muito, a comemoração, com os que estão juntinho fisicamente e com os que estão pelo skype, pelo MSN, porque, perto ou longe, estamos todos juntos no coração.

Para a minha mãe, obrigada por tudo, por me ajudar a ser a pessoa que hoje sou.

Para as minhas filhas, todo o meu amor e também o meu agradecimento por me amarem como sou.

Então, para mim, para a minha mãe e para todas vocês que estiverem lendo este texto, UM FELIZ DIA DAS MÃES.