sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

FASE VEM, FASE VAI, SAUDADE FICA



A vida é muito interessante, feita de fases, que chegam, passam, se repetem mais adiante com outras pessoas, com nuances diferentes, aqui e ali, em um ciclo que segue sempre em frente.
Nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, nos apaixonamos, namoramos, casamos, temos filhos.
Existe algo mais maravilhoso do que ter filhos e cria-los com muito amor? Acompanhar cada choro, cada dentinho, palavras novas, passos hesitantes, primeiro dia na escola, provas, passagem de ano, vestibular, faculdade. Não se repete o ciclo?

Daí vem as paixões, os namoros, as desilusões e os acertos. A gente sofre a cada sofrimento dos filhos, talvez mais do que eles. A gente vibra a cada conquista, a cada alegria, a cada sorriso. E, de repente, a se pega vivendo mais a vida dos filhos do que a nossa.
Isso é família, o presente que a vida nos dá para tomarmos conta e ensinar a viver.
Quando os filhos ficam adultos e passam a viver por conta própria, o ninho fica vazio e a gente precisa se reinventar para poder conviver com esta nova fase.

Quando minhas duas filhas mais velhas decidiram ir morar no exterior achei que não ia suportar. Passei momentos tão ruins, de tanta saudade, que achava que o peito ia arrebentar de tanta dor.
Só consegui seguir em frente porque a caçulinha ainda ficou conosco e o ninho não ficou totalmente vazio. Se fosse assim, nem sei como teria sido.
Uma está morando fora há quatro anos e oito meses e a outra há três anos e um mês. Não vou falar os dias se não vão me achar louca. Não eu não conto os dias, só os meses. E daí sempre escuto uma ou outra pessoa falar: “Agora já acostumou não é?”
Não, eu não me acostumei. Sinto falta das duas como se a ida delas fosse recente. Sabem aquela música que já postei aqui: “Eu não existo longe de você,  e solidão é o meu pior castigo,  eu conto as horas pra poder te ver,  mas o relógio tá de mal comigo”... ?

Foi assim no ano passado quando a caçula viajou e passou dois meses fora. O tempo não passava nunca. É assim durante todos os meses do ano em que fico contando o tempo para ver as outras duas de novo, ainda que seja por três semanas. São três semanas intensas, mas durante elas, o relógio passa bem rápido do que deveria. A mais velha passou o natal e o ano novo conosco. A do meio passou o meu aniversário e o de mamãe aqui com a gente. E, vivendo uma nova fase ela ficou noiva e pudemos curtir esta alegria juntas. Foi muito bom. Agora curto a espera de mais um novo momento para a família estar reunida outra vez.

Li esta semana em uma postagem no facebook que “a saudade é um sentimento que não caba no peito escorre pelos olhos”. É assim mesmo esta danada da saudade.