domingo, 25 de dezembro de 2011

O MELHOR DA FESTA NÃO É ESPERAR POR ELA

Acredito que a melhor festa do ano é o Natal. Talvez por ser a celebração do nascimento de Cristo, um clima diferente paira no ar, como, se, de repente, fôssemos todos mais generosos, gentis e solidários.

Sempre curti o Natal e a espera dele. Desde pequena, dezembro era para mim um mês mágico. Comemorar o Natal sempre foi, digamos, o ponto alto do ano para mim. Enquanto algumas pessoas sentem tristeza com a chegada do final do ano, eu sinto sempre uma imensa alegria.

E, agora, esperar pelo natal tem um novo significado para mim, o que torna o mês de dezembro ainda mais especial. Porque o Natal traz para casa todos os corações e a família fica novamente reunida.

Esperar pela festa não é mais o melhor. O melhor mesmo PE a chegada da festa. Ir ao aeroporto pegar as minhas filhas que não via há um ano uma e quase dois anos a outra, foi o melhor programa deste final de semana. Como aeroporto é bom na hora da chegada!

Como é bom abraçar cada uma, encher de beijos, apertar as bochechas e ver minhas três princesas dormindo juntas outra vez, no quarto que sempre será delas.

Como esperei pelo momento vivido hoje à tarde: os cinco cantando “Believe”, acompanhando Savatage, como nos velhos tempos. Isto por acaso tem preço? Nem um mastecard sem limite poderia pagar por isso.

É claro que o meu maior presente de natal foi ter a família reunida. Mas outros três presentes, organizados com cuidado e carinho por elas três, se juntou ao rol daquilo que não tem preço: um calendário com fotos da família e datas de aniversário marcadas, um livro com nossas fotos no show de Paul McCartney e um outro com frases maravilhosas sobre família e fotos, muitas e lindas fotos.

Perceber a importância da família na vida dos filhos também não tem preço.

O melhor da festa é aproveitar cada minuto dela, com intensidade e alegria para que, quando a festa acabe, as lembranças dos bons momentos vividos nos alimentem para termos forças para esperar para passar mais um não esperamos pela próxima festa.

domingo, 11 de dezembro de 2011

DEFINIÇÃO DE FILHO

"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.

Isto mesmo ! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo". José Saramago


Este texto me foi enviado por Bruno, um grande amigo e, confesso que tocou bem fundo. Lá dentro onde os sentimentos se escondem para não serem perturbados em sua silenciosa dor, que abafam, escondem, para que ninguém a tire deles.


Porque os sentimentos são assim mesmo, estranhos, esquisitos. Sentem vergonha de se mostrar. Talvez seja porque, desde muito pequenos, quando ainda em formação, ouviam vozes exteriores dizendo para se recolherem, engolirem o choro ou até mesmo moderarem o riso, em situações de extrema alegria.


Como ter esta clareza, esta maturidade, que os filhos não nos pertencem? Como explicar isso a estes tais sentimentos, às vezes de posse, às vezes domínio ou às vezes de pura cumplicidade?


Como abrir o coração e falar pra ele: olha, aquelas pessoinhas que nos foram confiadas e que, antes mesmo de nascer, nos apaixonamos por elas, não são nossas não viu? São apenas emprestadas?


Como dizer pro nosso útero, abrigo primeiro destas pessoinhas, que foi apenas uma etapa e que, tal como a casca de um ovo ou um casulo, foi o berço de uma fantástica transformação de uma vida, testemunha do milagre da vida.

“Nossos filhos não são nossos filhos, são os filhos do amanhã”, diz Gibran, em O Profeta. Mas não poderiam ser os filhos do amanhã e, mesmo assim, continuarem nossos?

Como cortar, outra vez o cordão umbelical, desta vez da afetividade e deixar os filhos partirem em busca de si mesmos? Como se expor a dor de abrir a porta do coração e deixá-los partir para alçar seu próprio voo?


É preciso que seja assim. É preciso que tenhamos a consciência que, ao acolhermos os filhos em nossos corações, estamos assumindo a maior missão de nossas vidas: a de transformar pequenos seres em grandes seres humanos.


E, quando os vemos crescidos e senhores de si, prontos para construir o seu próprio caminho, sentimos um nós na garganta por não nos acháramos mais assim tão importantes em suas vidas.


Mas, basta um gesto deles, uma palavra, um carinho, pra percebermos se cumprimos bem ou não a nossa missão.


E, quando de repente, nos pedem um conselho, nos descrevem sua saudade ou nos dão, do nada, uma abraço apertado a gente se pergunta: Eles não são nossos? Quem disse que não?

domingo, 6 de novembro de 2011

OS CORAÇÕES SE REÚNEM NO NATAL

Sempre que vai chegando o final do ano, a cidade vai se enchendo, cada vez mais cedo, do clima de natal. Bolas coloridas enfeitam as árvores, luzes piscam nas varandas e nas lojas, os símbolos natalinos enchem as vitrines e os corredores de cores, dando um ar de magia e encantamento para quem chega.


Aqui em casa, este ano, resolvemos enfeitar a casa mais cedo. Por que deixar para ornamentar só em dezembro? Então hoje, dia 06 de novembro, foi a data escolhida para retirar as caixas do armário e, pelo menos, passarmos dois meses com a decoração.

Se o Natal sempre foi para mim a festa mais especial do ano, agora se tornou mais especial ainda. Porque é a época em que a família se encontra, depois de um ano inteiro de saudade. Se bem que, no caso da minha filha mais velha, são quase dois anos sem nos vermos.

Ontem à noite, falando com ela ao telefone ela me disse que havia comprado um enfeite de natal para mim que achou a minha cara. Nele está escrito que “todos os corações se reúnem no natal. E, é por isso que celebrar o natal está cada vez mais importante para mim, pois, nada é mais importante do que a família.


Então, à tardinha, eu e a caçula descemos as caixas de enfeites e fomos decorar a sala, ao som do disco de natal de Simone. Desde que ela era bem pequena que temos esta “tradição”: de armar a árvore e colocar os enfeites de natal ouvindo Simone.


A gente canta, dança e deixa que o espírito do natal nos invada, semeando sementes de alegria e festa.


Desde 2008 que fazer isso ficou desfalcado. Desde então, com duas filhas fora, só ficamos eu e a caçula para ornamentar a casa.


Mas, apesar da saudade nesta hora, apesar da lembrança dos entes queridos que não vão mais estar conosco no Natal, ainda assim, damos permissão para a alegria nos contagiar e nos encher da esperança da renovação, do renascimento.


Nem todos os corações que amo estarão reunidos, pelo menos fisicamente, neste natal. Mas, os que estiverem juntos, reforçarão a minha crença de que, só o amor que une uma família pode nos fazer fortes para enfrentar o mundo e, de mãos dadas, sonhar e construir um futuro melhor.

domingo, 23 de outubro de 2011

MÃE: PROTETORA OU OPRESSORA?

Assistindo a um vídeo que uma de minhas filhas enviou e que coloco o link abaixo, fiquei olhando, enternecida, a mamãe gata que aconchegava seu filhote e de como essa imagem encantou a milhares de pessoas.

Pois é, mãe é mãe em qualquer espécie, racional ou não. Mãe quer proteger a cria, apertar nos braços e não deixar que o mundo lhe faça nenhum mal.

Quer entrar nos pesadelos dos filhos e botar pra correr os monstros que os assombram. Se felicidade, amor e alegria se vendessem, as mães comprariam um estoque enorme para que nunca faltasse aos seus rebentos um segundo sequer.

Mas não se vendem, não se encontram ao virar a esquina, nem se pode colher de nenhuma árvore.

E aí as mães viram essas feras enlouquecidas, querendo fazer milagre, contanto que os filhos não sofram.

Como a mamãe do vídeo, se pudéssemos, abraçaríamos nossos filhos sempre que estivessem tristes, angustiados, sofrendo e, com esse abraço, faríamos com que toda a dor desaparecesse, fosse física, fosse sentimental.

Tenho certeza que todo mundo que assistiu a esse vídeo se encheu de ternura, talvez até com lágrimas nos olhos, tenham achado lindo o aconchego de mãe e filho.

Mas daí, a pergunta: porque no dia a dia, as mães humanas nem sempre são vistas por seus filhos com bons olhos? Por que alguns filhos se apavoram com a presença da mãe entre seus amigos?

Não sou nenhuma especialista em mãe ou em comportamento materno. Tenho três filhas que, ao lado de meu marido, eduquei da forma que julguei correta. Afinal, nenhuma das três veio com manual de instruções. Então, só nos coube agir de acordo com a nossa formação e a nossa perspectiva diante da vida.

Mas, me atrevo a arriscar um comentário despretensioso. Porque não quero e nem sou dona da verdade.

Pois bem, acho que existe uma linha muito tênue, que é o limite entre o carinho, o cuidado, a proteção e a opressão. Podemos ser mães amorosas, cuidadosas, carinhosas, sem, no entanto, sufocar nossos filhos. Podemos lhe entregar o agasalho por achar que vai esfriar, sem cometer o exagero de que ele use cachecol e luvas em pleno inverno nordestino, por exemplo.

“Nossos filhos não são nossos filhos, são os filhos do amanhã”, já dizia Gibran. Por isso, não podemos criá-los como se fossem nossa propriedade, porque não são.

Por isso precisamos saber a medida exata entre a hora de puxar pra junto e aconchegar e a hora de levá-los até a porta e desejar-lhes felicidades em seu voo solo.

Querer saber notícias, como andam as coisas, isso é saudável e natural. Eu mesma quero estar sempre por dentro da vida das minhas filhas, participar de suas conquistas, tristezas e alegrias.

Mas, não posse atravessar a linha que invade a privacidade delas para dar aqueles pitacos que a gente acha que são a salvação da pátria. Podem até ser. Mas não temos o direito de querer que nossos filhos tomem as decisões que queremos e não a que eles querem.

Por isso, ao ver aquela mamãe gata tão protetora com seu filhote, lembrei que ela o protegerá até o momento que for preciso. QUadno chegar a hora dele ir embora, ela o deixará partir tranquilamente, pois sabe que ele precisa construir a sua própria vida.

Protetora? Sim, sempre. Opressora, jamais.

https://www.facebook.com/video/video.php?v=249652958418747

sábado, 1 de outubro de 2011

REPÚBLICA DO BOLO DE ROLO

Hoje farei uma postagem diferente, publicando um texto de outra pessoa. O texto, muito bom, fala de alguns dos inúmeros motivos pelos quais os pernambucanos se sentem orgulhosos de sua terra natal. Vamos então dar uma lida neste gostoso texto:

REPÚBLICA DO BOLO DE ROLO

Nada de efeitos do PIB, acordos nucleares fechados na China ou as trapalhadas dos políticos para fixar o salário mínimo em R$ 260.

Hoje vou tratar da mania de grandeza. Piadinha que circula na Internet acusa os pernambucanos de serem os mais megalomaníacos dos brasileiros e estarem no topo de um tal de IGPM (Índice Geral de Pouca Modéstia).

Apesar dos riscos, ignorarei os conselhos do pai do ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel, seu Luiz, que recomendava aos filhos omitirem o fato de serem pernambucanos para não humilhar os colegas. Sei o quanto me custará a revelação, mas não há como negar, sim, eu também sou pernambucana – sem falsa modéstia.

Nunca fomos muitos aqui em Brasília. Somos hoje 41 mil. Ultrapassamos paulistas, cariocas, gaúchos, paranaenses, capixabas, acreanos, paraenses. Perdemos para mineiros, baianos, maranhenses, cearenses e goianos. Mas isso é irrelevante. O curioso mesmo é que fomos os primeiros. Os primeiros, Sim, o pioneiro número um do DF era um pernambucano. Brasília, que hoje se orgulha de ter a população nativa maior do que a de forasteiros, no principio, era genuinamente pernambucana.

Os nascidos aqui representam segundo o IBGE, 57,6% da população. E tudo começou com um Zé de Caruaru. Modéstias às favas, é demais, não? Muitos confundem essa pernambucanidade, esse bairrismo sadio, com mania de grandeza e, portanto, estranham o fato de sermos os únicos aqui a colocar nos carros adesivos da bandeira do nosso Estado e a pôr no celular o hino de Pernambuco, Imortal, Imortal.

Não é verdade que superlativamos tudo. Não é culpa nossa se muita das criações do estado estejam no Livro dos Recordes. O Galo da Madrugada é o maior bloco de carnaval do mundo – conduz 1,5 milhão de pessoas às ruas. A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém é o maior teatro ao ar livre do planeta, e o São João de Caruaru – está no Guiness Book – é o maior do universo. O Diário de Pernambuco é o mais antigo jornal em circulação da América Latina.

Motivos não nos faltam, talvez nos falte certa dose de humildade, mas nem o pernambucano consegue ser perfeito.

A nossa extensa lista de vantagem não terminou: a maior avenida do país, a Caxangá, fica no Recife. O Santa Cruz, meu glorioso time, fez o primeiro artilheiro nordestino do campeonato brasileiro, Ramon, nos idos de 1973. Estudo da Fundação Getúlio Vargas – que aponta as características econômicas de cada região – mostra que somos os mais eficientes no comercio (influencia dos holandeses?).

Ah, a primeira sinagoga da América Latina fica no Recife.

Vá lá: Somos os primeiros também em campeonatos que não orgulham ninguém. Recife lidera o desemprego no país e abriga o maior polígono de maconha do mundo.

A primeira emissora de rádio da América Latina, a rádio Clube, tinha como slogan: Pernambuco falando para o mundo. De onde vem isso, minha gente? Seu Luiz tinha mesmo razão. Melhor deixar quieto. Ah, ia quase me esquecendo: o primeiro operário a chegar à Presidência também é pernambucano. Sim, aquele tal do espetáculo do crescimento...

Ana Dubeux – Reportagem publicada no Correio Braziliense em 30.05.2004

Saudações Pernambucanas!!!

E aí, sete anos depois, peço licença a Ana, para acrescentar só mais umas coisinhas que justificam o nosso ORGULHO EM SER PERNAMBUCANO.

Por exemplo, atualmente, Pernambuco é o estado que mais cresce no Brasil. O crescimeno de seu PIB foi maior que o do País.

Nossa cozinha é rica em pratos típicos como o nosso famoso bolo de rolo. QUem come uma fatia, se apixona e nunca mais deixa de querer comer.

Nossas frutas são muito saborosas. A nossa pitomba é uma delícia à parte.

Você já viram em outro estado do Brasil as pessoas vestiram "literalmente" a camisa de onde nasceu? Aqui, além de tudo que Ana fala em seu texto, ainda vestimos a bandeira do estado, mesmo morando aqui. Porque pernambucano pra sentir orgulho de sua terra não precisa morar fora não.

Nossa cozinha junina é tão saborosa que é impossível se pensar em dieta diante de uma canjica molinha, uma pamonha cremosa ou um pé de moloque ligadinho.

E o frevo heim? Como é linda e difícil a sua coreografia. Não é pra qualque rum não!

Que nos desculpem os demais compatriotas, mas, nascer em pernambuco é realemnte um privilégio.

domingo, 25 de setembro de 2011

SER PAI E MÃE É...


O que é ser pai e mãe? Alguém saberia responder de imediato a esta pergunta, sem vacilar, sem procurar palavras ou argumentos?
Ser Pai e Mãe é pagar as contas, para alguns. Para outros são aquelas pessoas que têm obrigação de aguentar os filhos porque, afinal de contas os puseram no mundo. E, afinal de contas, os filhos não pediram para nascer.
Para muitos ser pai e mãe é tratar com rigor, para ensinar a se comportar ou, ao contrário, deixar que os filhos façam tudo o que querem, por não encontrarem a medida do “não”.
Olha, ser pai e mãe é tanta coisa e, ao mesmo tempo, pode ser nada. Basta que ou o pai ou a mãe se perca no caminho e não reencontre a estrada por onde os filhos andam.
E missão de pai e mãe, quando pode ser considerada cumprida? Nunca. Não importa o quanto os filhos cresçam, o quanto morem longe, que tenham as suas próprias famílias, nunca deixarão de ser “as nossas crianças”.
E por que essas indagações me vieram à cabeça neste momento? Por causa de um e-mail que a filha mais velha me enviou, falando sobre uma espécie de “lista de discussão” entre amigos sobre o conceito de felicidade.
Minha filha falava sobre felicidade e escreveu que a felicidade não se baseia em alienação. Ela simplesmente acontece. Que apesar de estar ciente de todas as mazelas do mundo, apesar de ter a consciência de que não pode consertar o que está de errado, é feliz por fazer a parte dela, ajudando da melhor forma possível as pessoas que a cercam.
Ela se considera feliz por ter uma família maravilhosa, e por tido condições de ir atrás dos seus sonhos. “Têm mil pequenas coisas no meu dia a dia que me deixam feliz... e eu não preciso ser alienada pra ser feliz...
Daí, uma grande amiga dela escreveu que nas coisas mais importantes, as duas pensam iguais, seja pela educação em casa, seja pela educação naquela escola diferenciada e caríssima (mas que valeu cada centavo). E ela completou: “E ainda acredito muito na influencia que sofri positivamente do pensamento dos seus pais. Durante um tempo importante da minha vida, eles foram um pouquinho meus também. Ainda bem!"
A resposta que minha filha deu à sua querida amiga foi dizer que a recíproca é verdadeira! Que ela, alem de amiga sempre foi filha e irmã! E que ela sempre achou o máximo essa coisa dos seus pais de adotar os amigos das filhas e se misturar com eles. E que ela espero poder ser pelo menos um pouquinho parecida com os pais que tem para os seus filhos!!
Depois de ler isso, ficamos, pai e mãe, até acreditando que estamos cumprindo bem a nossa missão.
Desde que as minhas filhas eram pequenas, nossa casa sempre foi o local preferido para as brincadeiras. Aqui podia montar casa de Barbie e de suas amigas na sala, jogar vídeo game, jogos de tabuleiro, fazer bagunça até tarde, sem nenhum problema. Era só deixar tudo arrumadinho depois da farra.
Ainda hoje continuamos adotando os amigos das filhas, agora, da caçula. Sinto falta dos outros “filhos”, espalhados por Brasília, São Paulo, Macapá ou mesmo pelo Recife. Também nós nos sentimos um pouquinho pais deles. Aguardo ansiosa que dezembro chegue e possa reunir todo mundo aqui em casa.
Ser Pai e Mãe é ... amar.

domingo, 4 de setembro de 2011

DOCES LEMBRANÇAS

É engraçado como algumas coisas disparam lembranças encravadas lá dentro de nossas memórias. Pode ser um perfume, um sabor, uma música, qualquer coisa que nos remeta atempos distantes e, na maioria das vezes, saudosos.

Estava assistindo ao Bom Dia Pernambuco nesta última semana, quando tive a alegria de ver uma querida amiga ser entrevistada, Terezinha Cysneiros, falando sobre o ensino da matemática. E lá estava ela, toda bonita, falando super bem, , sobre esta matéria tão ingrata para alguns (inclusive eu). Como fiquei orgulhosa de vê-la ali, à vontade diante da câmera, falando com tanta desenvoltura e propriedade, como uma respeitada educadora, cuja opinião é tão importante, que foi entrevistada na TV.

Imediatamente mandei uma mensagem para sua irmã, também minha amiga e para ela. E, naquele momento, lembranças da adolescência foram despertadas e como me isso me fez bem.

Éramos vizinhas e tínhamos uma turma de sete amigas: eu, minha irmã Gisa, Terezinha e Ângela,minha prima, também Ângela, Henylda e Beth, amiga de minha irmã e que se tornouamiga nossa também, saia com a gente em nossas incursões noturnas.

Nosso programa era pegar um cineminha ou então lanchar na CHICKEN´S, uma lanchonete que ficava na rua dos Hospício e que era muito frequentada pelos jovens daquele época.

Aliás, vale ressaltar que, naquela época, o cinema mais badalado era o Veneza, também na rua do Hospício.

Nos aprontávamos e, como Terezinha fava aula à noite, ficávamos esperando por ela para podermos ir lanchar. Só que tinha um pequeno detalhe, ela não saia sem antes tomar uma sopinha.

Eram bons tempos, onde seis ou sete moças podiam sair à noite, pelo centro da cidade e nada de mal lhes acontecia.

Às vezes os namorados e amigos se encontravam com a gente no Chicken’s, que, como diz o nome, era especializado em pratos à base de galinha.

A turma fez, inclusive, um cruzeiro de navio, para a Argentina. Foram as seis. Eu não fui. Estava me preparando pra casar e a grana não dava para as duas coisas.
A gente se encontrava umas nas casas das outras, em animados papos, ouvindo música e nos divertindo com as coisas simples que a amizade proporciona.

Daquela gostosa turma, só continuo a ver regularmente a minha irmã. Quanto às outras, nos falamos, de vez em quando, seja por e-mail, seja por telefone, seja nos encontrando, muito raramente, confesso. Muito menos do que gostaria.

Um domingo destes tive a grande alegria de receber a visita de Henylda aqui em casa. A irmã dela moro nomesmo prédio que eu. Vejam que coincidência!
Tenho muita saudade de nossos encontros e tenho certeza que elas também.
Cada uma delas tem um espaço reservado, cativo, em meu coração e um carinho muito grande.

É claro que a rua da Hospício há muito que deixou de ser um local para alegres encontros noturnos de turmas de jovens.
Mas, quem sabe a gente não toma vergonha e este ano faz o tão prometido reencontro? Teremos tanto assunto pra colocar em dia que mesmo que passemos um dia inteiro juntas, não vai ser suficiente.

Pois é, as lembranças são assim:surgem de repente, engatilhadas por um perfume, por um sabor, por uma música, por uma entrevista na TV.
Um beijo pra minhas queridas amigas da turma da Chicken’s e de tantas coisas mais.

domingo, 28 de agosto de 2011

DESVENTURAS EM SÉRIE – EPISÓDIO 14

A ILHA MEDONHA

A nossa garota das terras geladas européias viajou com o seu namorado e a família dele para a França. Mais especificamente para a Cote D’Azur ou Riviera Francesa, se preferirem.

Encontrou belas praias de águas azuis, no melhor estilo caribe, só que com uma pequena diferença.

Na verdade, nem tão pequena assim: no lugar onde deveria estar aquela areia branquinha e macia, estão pedras, muitas pedras, milhares delas.

Informados sobre um belo passeio à Ilê Sainte-Marguerite.

De acordo com informações da internet, a Ilha de Sainte-Marguerite é a maior das Ilhas de Lérins, a cerca de meia milha da costa de Cannes. A Ilha tem aproximadamente 3 Km de comprimento (Este para Oeste) e 900 metros de largura. Nesta ilha os mergulhadores terão a oportunidade de praticar vários tipos de mergulho e a possibilidade de observar uma fauna e flora muito diversificada. A ilha oferece excelentes locais de mergulho indicados para mergulhadores de todos os níveis. É uma zona turística muito importante, sendo muito visitada e explorada por mergulhadores.

Uau! É “A” Ilha. Então lá se foram a nossa garota, seu namorado e suas duas cunhadas visitar esta ilha tão fantástica.

Pra começar, saindo de Nice só havia um barco por volta das 9h da manhã pra ir para a ilha e um para retornar só às seis da tarde. Não acharam que seria problema, afinal, uma ilha com tantos atrativos, um dia inteiro talvez ainda fosse pouco.

Depois de uma longa hora, chegaram a tal da Ilê.

E se foram começar a exploração de um dia que prometia muita diversão.

Dizia na internte que existem várias atividades que poderão ser feitas na ilha, como passeios pedestres, observação de pássaros, explorar as belas florestas, relaxar nas belas praias ou praticar vários desportos aquáticos. Interessante não?

Para quem quiser conhecer a cultura e história da ilha poderá visitar o Forte Royal onde esteve preso o famoso Homem da Mascara de Ferro, observar no porto da ilha vestígios Romanos que datam do século 4 A.C e o belíssimo Museu do mar.

O Museu foi visitado, a cela do homem da máscara de ferro também. Só que nada indica que ele realmente esteve ali. Nem uma reprodução da máscara, nada... enfim... vamos à diversão.

E cadê a diversão? Depois de visitar o museu, a única coisa a ser feita era dar a volta na ilha, o que não atraiu de forma alguma a nossa garota, que não é lá muito chegada a longas caminhadas.

Resolveram, elas e as irmãs do namorado ficarem ali mesmo, tomando um banho de sol.

E daí, ela ficou ali, deitada, adormecendo de costas para o sol. Não é preciso dizer que quando acordou, as costas ardiam loucamente e ainda havia uma visita inesperada: um habitante da ilha resolveu romper a fronteira que a garota havia demarcado com a sua kanga separando os humanos e dos animais selvagens.

Um embuá, isso mesmo um embua gigantesco, de pelo menos uns 3cm ou mais, se arrastava, ousadamente, por sua kanga. Foram momentos difíceis, sem que a garota soubesse o que fazer. Mas daí, a princesa ameaçada por aquela fera que surgiu das entranhas da ilha foi salva por seu príncipe, que espantou o animal e o atirou para longe dela.

Depois de todas essas emoções, ainda tiveram que esperar o barco da volta, entediados e com aquela sensação de ter perdido um valioso tempo, que poderia ter sido gasto em outro passeio.

E sabem o que é pior? Descobriram que se tivessem ido de trem até Cannes, poderiam pegar barcos de hora em hora. Que coisa heim?

O que a falta de informação não provoca na vida de turistas.

domingo, 7 de agosto de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE – EPISÓDIO 13

CADÊO O CARRO?

Continuando a falar sobre as "Desventuras Fora de Série" familiares, hoje vou sair um pouco do universo das garotas das terras geladas e vou contar uma desventura que aconteceu com a madrinha da garota mais velha, minha cumadre e irmã de coração.
Como falei no mês de julho, perdi uma pessoa muito muito querida, uma prima/irmã que deixou um enorme vazio em nossa família.
Celebramos a Missa de Sétimo Dia na Igreja Nossa Senhora de Fátima de Boa Viagem, mais conhecida como Igreja Nova.
Foi um momento muito difícil para nossa família. Mas, estes momentos têm uma coisa boa que é o reencontro de amigos e familiares que há muito não víamos e a solidariedade que enontramos nas pessoas que participam conosco do momento.
Terminada a celebração, fomos todos para a frente da Igreja para combinar a distribuição das caronas.
A minha comadre, uma das pessoas mais prestativas que conheço, logo se prntificou a deixar minha mãe e miha irmã em casa. E foi pegar o carro para trazer para junto, evitando assim que elas andassem muito.
Foi quando a minha filha caçula veio em minha direção, olhos assustados dizendo que o carro dela havia sido roubado.
Como assim roubado? O carro havia desaparecido. Ela foi lá duas vezes para se certificar e nada. Nenhum sinal. Fizemos então uma redistribuição das caronas e fomos levá-la para casa para que desse parte pela internet e acionasse o seguro.
O vigilante da Igreja perguntou o que houve. Quando contamos ele logo se prontificou a entrar em contrato com a central da empresa onde trabalhava para que fosse dado um alerta, via rádio, para todos os vigilantes. Anotou nome, telefone e placa do carro e se prontificou a ligar caso houvesse qualquer notícia.
Sem mais nada que pudesse ser feito no local fomo deixar nossa comadre em casa. Quando já estávamos cruzando a São Miguel, a filha dela liga para mim e diz que o vigilante ligou dizendo que achou o carro.
Fizemos meia-volta e retomamos a Imbiribeira. No caminho, mil especulações: será que faltou gasolina? Será que ele só queria roubar o que estava no carro? Até que meu marido falou: "será que não foi o alemão?" Como assim o alemão? Tem alemão roubando carro?
Não era bem exatamente a isso que ele se referia, mas aquela tal de Alzeheimer... brincamos e até faleipra ela se o carro não houvesse sido roubado, fosse esquecimento, eu ia logo deixá-la na clínica geriátrica perto de minah casa.
Voltamos para Boa Viagem, fazendo o caminho que ela fez e, nãoé que ao entrarmos na rua do Costa Brava, o carro estava lá, paradinho?
Ela e meu marido desceram do carro, o vigilante também se aproximou e foi feita a constatação: o carro, definitivamente, não fora roubado. Estava ali, o tempo todo.
Pois é minha gente, ela estacionou o carro e entrou pela lateral da igreja. Quando terminou a missa, saiu pela frente e se confundiu.
Bem, a desventura teve um final feliz. Mas, ainda ontem a gente se encontrou e foi inevitável perguntar a ela como anda o alemão....

sábado, 2 de julho de 2011

E POR FALAR EM SAUDADE

Hoje vou falar de saudade. Mas de uma saudade diferente. A saudade de quem não veremos mais. A saudade de uma pessoa muito querida que se foi, de repente e para sempre.

Há pessoas que, em nosso imaginário, nunca deveriam morrer. São pessoas fortes, saudáveis, que enfrentam a vida de cabeça erguida, com coragem e determinação.

Não fumam, não bebem, fazem exercício, consultam regularmente o médico e têm uma alimentação saudável.

São pessoas bem informadas, prestativas, solidárias, que estão sempre ao nosso lado, quebrando galhos, dando dicas, rindo com a gente ou nos consolando.

Sabe aquele porto seguro onde a gente atraca no meio da tempestade?

Ou aquela pessoa certa pra tirar as nossas dúvidas naquele momento sobre o que fazer em relação a um presente, uma viagem ou um remédio?

Incansável quando se trata de socorrer a família ou os amigos, sempre atenta e pronta a dar puxões de orelha, era também presença constante nas reuniões familiares, colando, unindo a família.

Pessoas assim não deveriam morrer. Não antes dos 100 anos. Quando morrem ainda em plena atividade, ainda com muito a fazer, o sentimento que temos é que a vida nos traiu.

Isso mesmo, a vida nos enganou e levou quem não devia ou, pelo menos, quem ninguém esperava.

Mas a vida é assim mesmo, estranha e inesperada. Em um momento, apenas um momento e tudo muda.

Em sábado estávamos todos juntos, almoçando, vendo fotos, conversando e rindo em sua casa. No outro, no silêncio da UTI, uma visita dolorosa, em meio a tubos e fios, respiração difícil e sono profundo. Ainda assim, um fiozinho de esperança acalentava o meu coração. Mas era o último encontro, a despedida silenciosa e cruel.

E eu que me considerava uma pessoa forte, vi desabar a esperança, ficando em seu lugar uma dor, tão grande, tão profunda, que fazia doer todo o corpo. Se existem tantos analgésicos para tantas dores, por que não inventaram ainda um que amenize as dores da alma?

O único remédio para este tipo de dor é o tempo. Não tenho dúvida.

Houve em momentos em que tive vontade de gritar, gritar bem alto para ver se amenizava o sofrimento.

Ainda hoje, duas semanas depois, fico imaginando que estou vivendo um pesadelo e que logo vou acordar aliviada, por constatar que nada disso é real.

Mas os dias passam e não acordo. Penso que, desta vez, o pesadelo é de verdade.

A saudade ainda é muito grande. Mas a dor está se acomodando.

A vida tem seu ciclo, tem um curso a seguir. Mas ás vezes, ela encerra o ciclo antes da hora. Não sei por que. Talvez um erro no TAC TAC do relógio da vida.

Há pessoas que não deveriam morrer nunca ou, pelo menos, viver até os 100 anos. Sônia era uma dessas pessoas. Com certeza a vida se enganou ao levá-la agora. E acho que quando descobrir isso, vai se arrepender.

Pena que ela não possa voltar atrás e reparar o erro quando descobrir que, desta vez, realmente, nos traiu.

domingo, 29 de maio de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE – EPISÓDIO 12

Voltando ás nossas Desventuras Fora de Série, vamos falar da viagem de nossa garota das terras geladas da Europa à capital do país onde mora.

DISSABORES NA CAPITAL

A nossa garota é super fã de uma banda americana, cujo vocalista é do país onde nossa garota mora. Portanto, seria uma apresentação na casa do vocalista, digamos assim.

Vale salientar que a nossa garota é mais fã do vocalista do que da banda propriamente dita. Por isso, comprou os ingressos em outubro do ano passado, para garantir a sua presença.

Neste intervalo de tempo entre a compra dos ingressos e o dia do show aconteceu o inesperado: o vocalista da banda adoeceu e parou de se apresentar.

O tempo passava e as esperanças de que o vocalista voltasse ás suas atividades foram diminuindo, diminuindo, até se confirmar o seu afastamento definitivo da banda.

Bem, ingressos já comprados, para a nossa garota e seu namorado, o que fazer? Resolveram seguir em frente e ir ao show.

Tomaram o trem noturno e chegaram à capital dia claro. No albergue aonde iriam se hospedar, a diária só começava ao meio-dia. Mas eles poderiam deixar as malas lá, sair para passear e voltar depois para se instalarem.

Poderiam, é claro, se não houvesse um pequeno problema: eles se esqueceram de colocar cadeados nas malas. E, sendo assim, como poderiam deixar as malas sem nenhuma segurança?

Teriam que, primeiro, comprar cadeados, para depois deixar as malas. Mas, daí, surgiu outro probleminha. Mais um, na verdade: o shopping, onde poderiam comprar os cadeados, só abriria às 10h.

Foram então a um café, para fazer hora. Estava passando um jogo. O namorado de nossa garota se concentrou no jogo enquanto ela, não resistindo ao confortável sofá onde estava simplesmente arriou e dormiu. Isso mesmo: dormiu, bem ali, no café, no meio de todas aquelas pessoas. Mas, enfim, vexames a parte, o shopping abriu, os cadeados foram comprados e as malas deixadas no albergue.

À noite o show foi bom, mas não tanto quanto deveria, se o vocalista fosse o anterior. Realmente, sem ele, a banda perdeu parte de seu brilho. Aliás, uma boa parte.

No dia seguinte, na volta para a casa, se encaminham para a estação de trem e, ao chegar, surpresa! A estação estava fechada para conserto. Como assim fechada para conserto, se, ainda ontem, desembarcaram nela e não haviam notado nenhum aviso indicando o fechamento? Como isso estava acontecendo?

Bem, o trem deles sairia às duas e meia da tarde e a previsão de abertura da estação era ao meio-dia.

Á uma da tarde avisaram que o serviço estava atrasado e que a estação não iria abrir no horário previsto.

Tiveram então que tomar um ônibus e ir para uma cidade vizinha pegar um outro trem. Só que aí havia mais um problema: eles iriam pegar uma conexão que, a estas alturas, estava comprometida por causa do novo horário do trem que tiveram que tomar.

É claro que chegaram à estação da conexão completamente atrasados. Mas, pelo menos aí, uma boa notícia, o trem estava aguardando os passageiros da conexão.

Finalmente, embarcaram de volta para casa, depois de uma viagem pequena, mas cheia de pequenos contratempos.

Mas, em se tratando de nossas garotas, quem se surpreende?


sábado, 21 de maio de 2011

CASAMENTO: A INSTITUIÇÃO ESTÁ EM CRISE?

Li, no começo deste ano, o livro “COMPROMETIDA”, de Elizabeth Gilbert, autora do famoso “Comer, Rezar e Amar”. Apesar de não prender tanto a atenção e de não ser divertido como o primeiro, de uma forma, digamos, instrutiva, ele se torna interessante, apesar de ser escrito de uma maneira um tanto monótona.

Mas, o que o torna interessante é o estudo que ela faz sobre a instituição do matrimônio, em diversas culturas.

À medida que ia lendo sobre as visões, tão diferentes umas das outras, do casamento ao redor do mundo, fui concluindo que, pelo aqui no Brasil, graças a Deus, o casamento, pelo menos em sua maioria, ainda é visto dentro de uma visão romântica, onde o amor é a parte essencial.

Independentemente de ser casamento no civil, sacramento do matrimônio, para os católicos, união estável ou, simplesmente, morar juntos, a vida a dois é difícil, cheia de altos e baixos, mas muito gratificante.

Eu e meu marido comemoramos, nesta sexta, 20, 33 anos de casamento, de matrimônio, enfim, de partilhamento da vida.

Com três filhas, duas das quais morando longe, como todos sabem e, a caçula viajando, achei que teríamos um dia normal, sem grandes surpresas.

Mas, imaginem vocês que, enquanto esperávamos o elevador para irmos trabalhar, ouvimos passos na escada e eis que surge uma amiga das meninas, da família melhor dizendo, com um presente na mão e nos diz:”Estou aqui em nome das meninas para desejar um feliz dia e entregar este presente”. Vejam vocês, mesmo distantes, as três não deixaram passar em branco. Tiveram a preocupação de escolher um livro pela internet, pedir ao amigo, namorado da que trouxe o presente, para comprar e para nos entregarem em nome delas. Não preciso dizer que a emoção tomou conta não é?

Às vezes, quando não estou assim nos meus melhores dias, fico me perguntando se fizemos tudo como deveria ser feito; se criamos nossas filhas da maneira correta; se fomos e se somos um bom exemplo para elas. Mas, basta ler as mensagens que escreveram no dia das mães e o que fizeram, escreveram e falaram sobre o aniversário de casamento, para ter as minhas perguntas respondidas positivamente.

Completar 33 anos de casados está se tornando uma façanha cada vez maior e mais difícil. O dia a dia, a luta pela sobrevivência, as exigências que o mundo faz de cada um de nós, dificultam os relacionamentos.

Ainda esta semana uma amiga, que morou um tempo longe da família, que passou pela experiência da saudade e dar que ela provoca, me disse que cada vez que a saudade apertar e a tristeza começar a doer, eu pense que as minhas filhas estão construindo os seus sonhos, criando as suas próprias famílias e que estão felizes.

Nos emocionamos juntas, enquanto enxugávamos as lágrimas que teimavam em escorregar. Mas também sorrimos, porque a gente que é mãe sabe que, o que realmente importa é que nossos filhos sejam felizes. Ainda que distantes da gente.

Encerramos o dia assistindo a dois shows muito bons, no Manhattan Café, presente de uma amiga, que tive a alegria de conhecer no trabalho e que adotei como filha do coração. O primeiro show, dos Garçons Cantores, nos encantou pela harmonia, pelas belíssimas vozes e pelo repertório excelente. E, fechando a noite, o show da banda Beatles 4 ever, considerada a melhor cover dos Beatles no Brasil. Foi um belo dia, esta sexta-feira. Encerrada com chave de ouro, relembrando grandes sucessos de nossa banda preferida.

Depois de ler tantas histórias sobre casamentos, depois de ver, o dia todo nas TVs, trechos do casamento real do século, sabem o que importa mesmo? A nossa experiência.

Afinal, viver juntos, é como criar filhos, não tem receita, não tem manual de instrução. Tem mesmo é que ter muito amor, muito carinho e uma vontade enorme que dê certo.

Às minhas filhas, ao jovem casal de amigos, portadores do presente, á filhota adotiva e os ingressos para os shows, só temos a agradecer e dizer que o maior presentes de todos foi o carinho de vocês.

domingo, 15 de maio de 2011

AINDA SOBRE O TEMA DO MÊS; MÃE

Tenho observado, ao longo de minha vida, diversas formas de se educar (ou não) os filhos. lembro-me que, adolescente, vinha o desânimo, a falta de paciência, digamos assim, de minha mãe ou tias, quando chegava para visitá-las algum casal de amigos, trazendo os filhos mal-educados.
Diversas vezes ouvi comentários do tipo: "Gosto muito de fulaninha e fulaninho, mas seria tão bom que eles nos visitassem sem os filhos".
Ou a expressão de alívio quando as visistas indesejados iam embora, deixando um rastro de desarrumação, coisas quebradas e sujeira.
Como sempre quis ter filhos, cresci com o firme propósito de que criaria meus filhos de tal forma que ninguém jamais se sentiria incomodado com a presença deles.
Decidi, ainda na adolescência que a palavra "LIMITE" jamais sairia de meu diocionário.
E, quanto mais eu lia a respeito de educação infantil, mais me convencia da necessidade dos pais imporem limites aos filhos. a imrpotãncia de saber dizer NÃO na hora certa, sempre foi fundamental, diziam os especialistas. Mimar demais os filhos é prejudicial ao crescimento emocional da criança, diziam os mais experientes.
mas, por que será que, apesar de toda a literatura a respeito da falta de limites, de todos os debates, de todos os conselhos, a impressão que se tem é de que, na maioria das famílias, o limite foi, definitivamente, suprimido, não apenas do dicionário, mas do dia a dia.
E, mesmo com as filhas crescidas, cuidando de suas próprias vidas, continuo observando as mães e seus filhos, essa relação de amor, que às vezes ultrapassa o limite (olha ele aí) do bom senso e se torna complicada, dolorosa e difícil.
Como falei em minha postagem anterior, os filhos não vêm com manual de instrução e dai, temos que agir pela intuição, pelo instinto materno, pelo coração, mas sem, em nenhum momento, esquecermos de usar a razão e este tal de bom senso.
Ser uma boa mãe, com certeza, não é fazer tudo o que os filhos querem, deixando-os emocinalmente frágeis, dependentes e, o pior, achando que o mundo tem a obrigação de servi-los.
Sei que muita gente, sabendo de minha visão sobre como educar os filhos, poderá até me perguntar algo do tipo:quem você pensa que é para falar sobre o que é certo ou errado na educação dos filhos?
EU? Eu sou uma orgulhosa mãe de três filhas que seguem suas vidas, construindo seu próprio futuro, sabendo para onde querem ir, lutando por seus sonhos e olhando para frente, tendo o passado como referência e o presente como o momento de fazer a coisa certa.
Temso defeitos? Claro que temos. Muitos. Qual o ser humano que não tem? Mas, são apenas defeitos, uns suportáveis, outros nem tantos.
Os cartões que as três me escreveram no Dia das Mães e que me fizeram chorar de emoção, me confirmam que cada não que eu dei, cada limite que coloquei, cada concessão que fiz, valeu e muito, a pena.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

FELIZ DIA DAS MÃES


Esta semana não vou falar das Desventuras Fora de Série. Vou falar do mês que está começando: o mês de maio. O mês das mães.

O que é afinal ser mãe? Quando pequena ouvi muito a famosa frase que “ser mãe é padecer no paraíso”.

“Havia também uma musiquinha que era cantada como homenagem ás mães, cuja letra dizia: Ela é a dona de tudo, Ela é a rainha do lar, Ela vale mais para mim, Que o céu, que a terra, que o mar.
Ela é a palavra mais linda, Que um dia o poeta escreveu, Ela é o tesouro que o pobre, Das mãos do Senhor recebeu
Mamãe, mamãe, mamãe, Tu és a razão dos meus dias, Tu és feita de amor e de esperança, Ai, ai, ai, mamãe, Eu cresci, o caminho perdi. Volto a ti e me sinto criança.
Mamãe, mamãe, mamãe, Eu te lembro o chinelo na mão, O avental todo sujo de ovo, Se eu pudesse. Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo”...

E eu tinha uma tia, Anita, que apesar de ser dona-de-casa, não admitia que cantassem esta música para ela. Já, naquele tempo, tinha pensamentos mais ousados do papel da mãe.

A minha mãe também nunca foi essa rainha do lar, de chinelo na mão e avental sujo. Ela é uma mulher forte, corajosa que, criada para ser “do Lar”, não hesitou em arregaçar as mangas e ir trabalhar fora para ajudar a pagar as contas. Trabalhava fora e cuidava de minha irmã e de mim, sem deixar nos faltar, sobretudo carinho.

E, vejam vocês, o meu caminho foi inverso ao dela. Pertencendo a uma geração após a revolução sexual da década de 60, fui preparada para trabalhar fora, ser independente e, jamais, ser a rainha do lar.

Pra começar, contra tudo e contra todos, cursei jornalismo, curso de comunista e mulheres liberadas, vejam só! Comecei a trabalhar aos 19 anos. No último ano da faculdade, tinha dois empregos e ainda era free lancer do Jornal da Cidade.

Mas quando minha filha mais velha tinha 8 meses de idade e meu marido foi transferido para Natal, fui eu quem não hesitou. Só que no caminho contrário ao de minha mãe, deixei de trabalhar para cuidar da minha filha e da casa, morando em uma cidade estranha, longe da família e sem a estrutura que eu tinha, quando morava aqui.

Minha mãe teve que trabalhar por questões financeiras. Não tinha outra opção. Eu tinha, mas preferi deixar de trabalhar.

Foram três anos de uma nova experiência. Confesso que, em nenhum momento me senti frustrada ou coisa parecida. Passei a ser mãe em tempo integral e esses foram momentos que jamais vou esquecer. Éramos eu, meu marido e ela, contando apenas um com o outro.

Voltei a morar em Recife, tive a segunda filha e, não voltei a trabalhar, apesar dos convites que recebi. Tinha então o propósito de só voltar a trabalhar quando minhas filhas estivessem maiores.

Fazia trabalho voluntário, um ou outro trabalho esporádico, mas nada de voltar definitivamente. Foi aí que a caçula chegou e voltei a ser mãe em tempo integral. E foi muito muito bom poder conviver com as minhas três princesas o tempo todo e participar de cada momento de suas vidas. Do primeiro dentinho aos primeiros passos. Das primeiras alegrias às primeiras decepções.

Foi muito gostoso participar das apresentações na escola, das festas das mães, das aberturas dos jogos. Quem nunca vivenciou isso não tem como saber como é maravilhoso ver as filhas cantando, dançando, entregando o presentinho feito por elas próprias para o Dia das Mães.

Só algum tempo depois voltei a trabalhar meio período.

Hoje, quando vejo as minhas filhas adultas, as mais velhas construindo as suas próprias famílias, a caçula se preparando para entrar na universidade, todas independentes, decididas, sabedoras do que querem para o seu futuro, olho para trás e não me arrependo, nem por um segundo, da opção que fiz. Cada minuto que passei ao lado delas, cada brincadeira que fizemos, cada história que contei ou inventei, cada filme ou desenho que assistimos juntas, não tem preço.

Se na época da minha mãe, a mulher que trabalhava fora enfrentava o preconceito de não ser “do lar”, para mim era o contrário. Eu enfrentava o preconceito das mulheres independentes, que me olhavam com desprezo por não trabalhar. Como as coisas mudam não é mesmo?

Ser mãe em tempo integral ou trabalhar fora deve ser uma opção, não uma imposição. Passei muitos anos fora do mercado de trabalho e, nem por isso, sou menos competente do que as mulheres que continuaram trabalhando.

Ouvi muito a frase: “o importante não é quantidade de tempo que se passa com os filhos, mas a qualidade”. Para mim, tudo é importante. E, se puder unir quantidade à qualidade, saímos todos ganhando.

Ser mãe é algo muito maior do que gestar ou ter um filho. Ser mãe independe de laços sanguíneos, DNA ou afins. Ser mãe é ter a capacidade de amar sem medidas, de fazer o possível e o impossível para que os filhos cresçam sentido-se um ser humano de verdade e, acima de tudo, vendo os outros como seres humanos.

Ser mãe é saber dizer não na hora certa, é saber dar sim com comedimento, é cuidar do “dodói do corpo” e do coração.

Mas, antes de sermos mães, somos mulheres, cheias de virtudes, mas também de defeitos. E aí, erramos muito ao educar os nossos filhos. Bem que eles podiam vir com manual de instrução não é mesmo? Mas não vêm. E, cada um é diferente do outro. O que nos leva á loucura sobre a forma de agir, que nem sempre é a mesma para todos.

Mas, errando ou acertando, o mais importante é que tudo o que façamos, seja por amor.

O tal do dia das mães está chegando. Na mídia, chovem as propagandas, oferecendo de tudo para presentear aquela que deu a vida aos filhos.

Uma, em especial, me tocou bastante e, podem até rir do que vou dizer, mas ela me faz chorar.

Acho que a loja não vai se importar se eu colocar aqui o LINK para que vocês possam ver.

E, quem como eu, estiver longe de seus filhos, vai entender e, como eu, vai se emocionar.

Mesmo que o Dia das Mães tenha um caráter comercial, acho que é legal ter um dia que os filhos prestam uma homenagem ás suas mães.

Mesmo que os filhos não estejam por perto e que isso deixe o coração apertado e doendo, vale e muito, a comemoração, com os que estão juntinho fisicamente e com os que estão pelo skype, pelo MSN, porque, perto ou longe, estamos todos juntos no coração.

Para a minha mãe, obrigada por tudo, por me ajudar a ser a pessoa que hoje sou.

Para as minhas filhas, todo o meu amor e também o meu agradecimento por me amarem como sou.

Então, para mim, para a minha mãe e para todas vocês que estiverem lendo este texto, UM FELIZ DIA DAS MÃES.

sábado, 23 de abril de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - CAPÍTULO 11

PLAYCENTER (OU MIRABILANDIA) NO AR

No final do ano passado a nossa garota, das terra geladas européias, veio ao Brasil para passar as férias com a família. O namorado dela, um simpático norueguês, veio junto.

Foram férias maravilhosas, pelo menos para mim. Apesar da garota das terras geladas americanas não poder ter vindo, reunimos quase toda a família.

Quando o terrível dia (para mim) da volta chegou, levamos os dois ao aeroporto e voltamos para casa para aguardar notícias.

A garota enviava torpedos, nos situando por onde estava. Só que, o aviso de que já deveria estar em casa, demorou muito a chegar. Só mais tarde soubemos o motivo.

Quando estavamno vôo de Amsterdan para a cidade onde mora, a nossa garoto e o namorado viveram uma aventura inesquecível.

Na cidade onde mora venta muito. Aterrissar por lá é sempre algo muito desagradável

Mas, desta vez, foi especialmente desagradável e apavorante.

Bem, começam os procedimentos de apertem os cintos, coloquem a cadeira na posição vertical, desliguem os laptops e os celulares, enfim, toda aquela preparação para um tranqüilo encontro com a terra.

Daí, depois de acesas as luzinhas de aviso, todo mundo organizado, o comandante começa a aproximação e, em breve, chão firme.

Que nada! A primeira tentativa de aterrissagem se frustra. Então, vamos à segunda tentativa. Aproximação, vamos conseguir e .... nada, de novo...

Foi aí que as pessoas se deram conta de que algo não ia bem. O avião começou a balançar tanto, mas tanto, que o pânico se instaurou e se espalhou pelo avião.

As começaram a ficar inquietas, a pedir informações e nada. E o avião balançando. A nossa garota se sentiu em pleno Playcenter (Mirabilandia), em um brinquedo chamado Saltamontes, onde as pessoas sacolejavam tanto que pareciam estar em uma batedeira de bolo.

E as pessoas ficando mais nervosas, falavam alto e vomitavam. A nossa garota e o namorado, preocupados com o que estava acontecendo, tentavam se manter calmos. Mas vamos combinar que não dá para se manter calmo por muito tempo quando ao seu redor as pessoas gritam e devolvem o conteúdo estomacal, enquanto o piloto tenta aterrissar por duas vezes e não consegue.

Mas, enfim, depois de muito chacoalhar, na terceira tentativa o piloto conseguiu fazer o que o pai das garotas chama de “queda controlada”, que é exatamente uma situação como esta em que o piloto consegue levar ao avião até o chão firme, mas não é bem o que se pode chamar de aterrissagem normal.

Enfim, passado o enorme susto, a calma voltou à aeronave e, apesar das cabeças zonzas e do barulhinho esquisito que alguns devem ter ficado por algum tempo no ouvido, finalmente, terra firme e uma grande dúvida se, da próxima vez, não seria melhor descer em alguma outra cidade e voltar pra casa de ônibus.

Bem, isso é um assunto realmente a se pensar.