sábado, 19 de março de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - EPISÓDIO 08

O PRIMEIRO TERREMOTO A GENTE NUNCA ESQUECE


Pois é pessoal Ele lance de terremoto é muito estranho pra gente que vive, graças a Deus, em cima de uma única placa tectônica. Isso é que podemos chamar de privilégio, não é mesmo?

Mas, vamos voltar às terras geladas do continente americano e acompanhar o primeiro terremoto vivido por nossa outra garota.

Estava em pleno andamento de preparação da reunião do G20, com todos os babados que isso acarreta, protestos aqui e ali, esquemas de segurança, imprensa do mundo todo, enfim, a cidade prestes a ser invadida por centenas de pessoas, com os mais variados objetivos.

E foi aí, em meio ao desenrolar das prévias do G20, que a terra tremeu!

Seria o fim do mundo? Ou seria como diria uma amiga da garota: É a Kabala do G20!

A terra tremeu por aquelas paragens amiga dona de casa!. O Epicentro do babado foi na região de Buckingham, a 25 km a nordeste de Ottawa. O chão tremeu de Montreal a Toronto e nos EUA.

Nossa garota estava na sua hora de almoço quando começou a sentir um balanço... achou que estava com uma crise de labirintite, vejam vocês. Mas quando olhou pro copo que estava em cima da mesa, ele estava tremendo...

Pra quem assistiu ao Parque dos Dinossauros, dava até arrepio de lembrar daquela cena quando o T-Rex se aproxima e a menina olha o copo e vê a água reverberando?

Mesma coisa... prédios evacuados em Montreal e Ottawa e muita confusão. Mas não houve fatalidades, nem mesmo ninguém machucado. Só algumas rachaduras em prédios perto da capital... Em Toronto mesmo foi só o balancinho! Uma marolinha de anda como diria o nosso presidente Lula. Mas foi uma sensação bizarra!
Bem, pass
ado o susto e a experiência de viver o primeiro terremoto, ficam o susto e a expectativa de que da próxima vez aconteça um maior.

Enquanto isso o Fim de Semana do G20 se aproximava, causando o CAOS na cidade. 1 BILHÃO de dólares investidos em segurança - a população revoltada - o centro da cidade TODO isolado e cercado! Ninguém se aproximava! Protestos! Falavam que era a maior mobilização de segurança da história do Canadá!


A nossa garota, confessou que estava em dúvida se fuçava tranqüila por causa do esquema de segurança ou de cabelo em pé por haver necessidade de tamanho aparato!
Na verdade, ela bem que preferiu que em vez do G20, tivesse só mesmo o terremoto.

sábado, 12 de março de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - EPISÓDIO 07

ESQUIS TRAIÇOEIROS

E, voltando aos países nórdicos, encontramos á nossa outra garota vivendo o seu primeiro inverno.

Para quem morou durante toda a vida em um país tropical, onde a noite mais fria de inverno chega a 21º positivos, raramente, enfrentar o inverno nas proximidades do Pólo Norte não é bem uma experiência das muito agradáveis.

Primeiro a neve que cai loucamente. Dias após dia, noite após noite, frio, muito frio, ruas cobertas de neve e roupa, muita roupa e aquelas luvas engraçadas, com o lugar apenas para o polegar e outro para todos os dedos da mão juntos. Muito prático, por exemplo, na hora de pagar o ônibus.

Depois de muita muita neve, a chuva chega para enlamear tudo e depois, o mais dramático: a neve derretida e enlameada congela e, a partir daí, andar pelas ruas se torna uma das tarefas mais difíceis do inverno.

A nossa garota vai trabalhar levando tombos e levantando, sem entender como os nativos do país, sejam crianças ou pessoas idosas, andam lépidas e fagueiras por sobre aquele gelo, parecendo estar andando sobre uma plana e seca calçada.

Nem os sapatos com sola apropriada e nem as solas extras presenteadas pelo chefe foram suficientes para evitar as constrangedoras quedas.

Podem acreditar, às vezes a vontade era sair engatinhando, para ver se conseguia se locomover com mais equilíbrio.

Mas, se vocês acham que isso foi o pior do inverno, esperem para saber o que vem a seguir: esportes de inverno.

E, um esporte muito comum na cidade onde mora a nossa garota é esquiar. Bem, para uma garota tropical esquiar não é exatamente algo familiar.

Acontece que a empresa onde a garota trabalha faz, todos os anos, uma viagem de inverno, levando todos os funcionários para passar um final de semana em uma estação de esqui. Para esquiar, é claro.

Sem ter a menor de idéia sequer de como colocar esquis, a nossa garota foi presenteada, pela empresa, com aulas práticas, como preparação para a tal viagem.

As aulas foram um verdadeiro desastre. Parece que existem coisas que estão no DNA. Dançar frevo e sambar, por exemplo, é para pernambucano e carioca. E, esquiar, definitivamente, é para europeu.

Depois de algumas aulas, um dos chefes convidou alguns funcionários para ir esquiar depois do trabalho. E convidou a estreante para ver como estava progredindo.

A nossa garota foi, é claro, super agoniada, com receio de não conseguir fazer as coisas direitos.

Pois é, não deu lá muito certo é verdade. Mas o pior foi na hora da saída. A garota levou um tombo daqueles dignos de efeito especial no cinema, indo parar em cima dos carros, no estacionamento.

Constrangida, molhada e sem graça, ajudada pelo chefe, a garota levantou, tirou os esquis e decidiu: esquiar não era mesmo a sua praia. Afinal de contas a perda da dignidade tem limites!

Foi por isso que naquela viagem de inverno e nas dos anos seguintes, ela não quer nem saber de esquiar.

Se é pra cair, as quedas nas calçadas, andando no gelo, já dão para o gasto.

sábado, 5 de março de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - CAPÍTULO 06

SUPRESAS PRIMAVERIS

E agora, vamos para o outro lado do Oceano Atlântico, encontrar uma outra garota, a irmã da nossa já tão conhecida garota das terras nórdicas.

Pois bem, a nossa outra garota também mora em terras geladas, só que pras bandas das Américas.

Morar lá foi a realização de um sonho, acalentado por 15 anos. Chegando em pleno inverno, curtiu a neve e todos os encantos que o frio lhe proporcionava, documentando cada momento com textos e fotos que iam sendo postadas e acompanhadas pela família e pelos amigos.

E, um belo dia, a tão sempre cantada em prosa e verso estação do amor, chegou, enchendo a cidade de flores e cores.

A garota, apaixonada pela cidade onde mora, continuava a curtir cada novidade, cada novo detalhes, daquela primavera que se espalhava.

Era tão legal ver as pessoas cuidando de seus jardins, revolver a terra, garantindo que as flores crescessem lindas e perfumadas.

Bem, dizem que o primeiro beijo, o primeiro amor, enfim várias primeiras coisas a gente nunca esquece.

Mas, com certeza, à lista de primeiras coisas inesquecíveis de nossa garota, será acrescentada que “a primeira primavera a gente nunca esquece”.

Com as flores e cores, a primavera trouxe também chuva, muita chuva.

E, foi em uma dessas manhãs chuvosas que nossa garota se deparou com sua primeira experiência bizarra em terras estrangeira.

Vinha ela caminhando pela calçada, lépida e fagueira, indo para o trabalho quando, de repente, a calçada lhe pareceu estar viva, se movendo, ou algo esquisito desse tipo.

Apurando a vista, olhando com mais atenção, a garota percebeu que realmente algo estava se movendo. Mas, para seu iminente estado de pânico, não era a calçada que se mexia e sim, o que estava se espalhando sobre ela, aumentando de tamanho a olhos vistos.

E o pânico realmente se instalou quando a garota percebeu que aquela massa escura que se espalhava pela calçada eram minhocas. Sim, exatamente isso: MINHOCAS, enormes, gosmentas, nojentas, apinhando-se umas sobre as outras, saindo aos milhares da terra dos jardins, ao longo do caminho por onde passava a garota.

Apavorada e com nojo, via as minhocas se arrastarem em todas as direções, inclusive na sua, chegando a passar por cima de suas botas.

Situação sinistra essa, de ser atacada por minhocas enormes. Na verdade, talvez não fossem nem tão enormes assim. Afinal, sendo irmã da garota nórdica, com certeza também tem uma leve tendência a exagerar no tamanho das coisas que assustam. Talvez, mas ressalto, talvez, nesse item elas tenham puxado à mãe. Mas só talvez. Nesse lance de exagerar um pouco o tamanho das coisas assustadoras...

Para onde se virava, a garota via minhocas e mais minhocas. Mas, corajosa, conseguiu passar por aquelas criaturas medonhas e chegar ao metrô sã e salva, antes de ser devorada (rrsss).

E onde estavam os passarinhos? Com aquela fartura de minhocas dando a maior sopa e nenhum passarinho, nenhuma galinha apareceu para se fartar e ajudar a garota. Vida real e desenhos realmente não se cruzam...

Só mais tarde soube que a chuva forte escavou a terra e libertou das profundezas para a superfície aqueles seres horripilantes.

No dia seguinte e até por vários dias, a garota passava meio desconfiada em frente a jardins. Precisava ter tanta minhoca assim? Que exagero!

Quem pode esquecer uma experiência destas? Acredito que, na próxima primavera, a garota vá pensar duas vezes em sair de casa, depois de uma chuvarada. E talvez nem curta mais ficar olhando as pessoas arrumarem os jardins. Afinal, elas vão estar colocando na terra mais minhocas para se alvoroçarem com a chuva. Alguém merece uma coisa destas?