domingo, 29 de abril de 2012

UM SÓ FINAL DE SEMANA E DUAS EMOÇÕES


Posso dizer, sem qualquer sombra de dúvida, que o final de semana passado (20/21/04) foi muito especial.

Começou logo na sexta-feira pela manhã quando recebo um telefone de Maria Helena me dizendo para acessar o blog: www.memorialheldercamara.blospot.com e me deparo com o texto: “Estava a toa na vida o meu amor me chamou pra ver a banda passar”, relembrando o memorável “Encontro dos Dons”, quando tive a alegria de organizar e presenciar o reencontro de Chico Buarque e Dom Helder, em julho de 1999, pouco mais de um mês antes do Dom falecer. E, ainda por cima, com postagens de dois trechos do vídeo que fizemos do encontro. Um encontro memorável. Para Chico, que até cantou  “A Banda” para Dom Helder e para os poucos privilegiados ali presentes. Ao ler o trecho e assistir ao vídeo, me veio à lembrança todos os detalhes daquele momento, desde quando tive a idéia e partilhei com Frei Betto, que se encarregou de falar com seu compadre Chico, às conversas com Zezita, até o grande dia.

Treze anos e dois shows se passaram. E, Chico volta ao Recife para mais um show, ao qual tenho a alegria de assistir, ao lado do meu marido, testemunhando um passeio por músicas tão antigas quanto “Desalento”, passando por “Meu Amor”, “Geni e o Zepelin”, “Ana de Amsterdã” e pelas do novo CD como “Essa Pequena”.  Um belo show, com belas músicas e a voz e o violão do maior compositor brasileiro de todos os tempos. Um presente maravilhoso de Vinícius França e Mario Canivelo a quem agradeço de coração.



O Teatro Guararapes estava lotado, por pessoas de várias idades. Ate crianças. Não é fantástico ver que crianças curtem Chico Buarque? Volto pra casa feliz, embalada pela voz suave de Chico que, como se adivinhasse meu pensamento, cantou “Futuros Amantes”, a minha preferida. Poesia pura que contém na letra a palavra “escafandrista” e, mesmo assim, é encantadora. Ele a tem cantado no biz dos últimos três shows. Fantástico!

Na platéia, as mulheres continuavam assanhadas, como em 2007, talvez um pouco mais calmas. Desta vez, não invadiram o palco. Mas continuaram gritando declarações de amor e, ao final do show, correram para o pé do palco, não se importando de estar impedindo a visão de quem, como eu e meu marido, estávamos na primeira fila. Tudo isso na esperança de receber um toque de Chico em suas mãos. 

No sábado, mais emoções musicais: assistir, pela segunda vez, a um show de Paul McCartney. Meu beatle preferido. Presente das três filhotas. Mais uma vez.

O danado é que sempre fui assim, meio do contra. Quando todo mundo curtia Roberto Carlos, eu curtia Ronnie Von. Quando todo mundo preferia, de longe, John Lennon, minha preferência era Paulo.



Desta vez, fomos só eu e meu marido, porque as três filhas não estavam aqui. Mas, na falta das filhas, pegamos duas emprestadas e levamos duas amigas da filha caçula, o que foi super legal. Como no show de Chico, o de Paul reuniu pessoas de todas as idades, de todos os lugares, do Nordeste e de mais longe, até do Sul do País.

Duas horas em pé na fila, mais três horas de espera até o show começar, não impediu de curtirmos o show em todo o seu esplendor, cantando e dançando, embalados por um Paul alegre e animado, que se preocupou em falar não apenas em português mas, em dizer frases em pernambucanês como “povo arretado”.

Pessoas até mais velhas que a gente estavam ali, ao nosso lado, na arquibancada, curtindo o ídolo de sua juventude e também, de sua maturidade.

Foi um final de semana que talvez não se repita mais, quando pude assistir aos shows de meus ídolos desde os tempos de infância, E olha que faz um pouquinho de tempo!



Dois estilos diferentes, de música e de postura no palco. Um, voz e violão, intimista, tranquilo, entoando suas canções com recato e até mesmo, uma certa timidez. O outro, aloprado, tocando e cantando vários ritmos, dançando e pulando, com a camisa grudada de tanto suor e parecendo nem se importar.

Foi um final de semana memorável. Não foi perfeito. Para ser perfeito seria preciso que as três filhas estivessem com a gente, nos dois shows, curtindo e cantando, como fazíamos no carro, quando voltávamos da casa da avó ou de algum outro local.  Esse desejo ainda fica no ar, espero que não por milênios.




Para quem não teve a oportunidade de ir a estes shows ou que perdeu um ou outro, digo que perdeu dois momentos ímpares de curtir o que há de melhor na música brasileira e internacional.

Chico e Paul, o povo arretado, cabra da peste adorou ter vocês por aqui. E, pensem na gente na próxima turnê.

sábado, 14 de abril de 2012

QUANDO OS SONHOS SE TORNAM REALIDADE

Era uma vez uma família que tinha três menininhas, lindas e sonhadoras. Era uma vez uma linda garotinha de olhos azuis e louros cabelos cacheados, a filha mais velha. Aos quinze anos de idade conheceu o Canadá. Foi paixão à primeira vista. Ela dedicou os próximos quinze anos de sua à realização desse sonho. Cresceu, se formou, trabalhou e juntando seu dinheirinho em uma poupança, foi se preparando para o seu grande passo. Deu entrada no processo de imigração, fez tudo dentro dos trâmites legais e, em 15 de janeiro de 2010 levantou voo, deixou o ninho e foi em busa do seu sonho: morar no Canadá, onde reside, nos últimos dois anos,   feliz por estar na cidade que escolheu para viver. 










TORONTO - CANADÁ
Era uma vez uma linda meninha de lindos olhos azuis e cabelos cheios de cachos que ao se formar, sonhou em ir trabalhar em um outro país. Escolheu a Noruega, país distante e muito muito frio, para viver a desafiadora experiência de morar longe de casa e sozinha. Alçou voo no dia 24 de junho de 2008 e está lá até hoje, construindo o seu sonho e a sua vida. Ainda há muito a escrever nesta história. AInda há muitos sonhos a ser sonhados. Sonhos que serão buscados com muita garra e coragem. DIsso eu tenho certeza.

FIORDES NORUEGUESES

Era uma vez uma linda meninha de olhos azuis muito vivos e cachos dourados que adorava o Big Ben. Como ela descobriu o relógio símbolo de Londres? Ela ficava junto dos pais e das irmãs, enquanto eles jogavam Scotland Yard e assim, observando o tabuleiro, mexendo os piões pelas casas do jogo, ela foi descobrindo e, precocemente, se apaixonando por Londres. Londres que sempre foi a paixão de sua mãe que, desde adolescente alimentava o sonho de um dia conhecê-la. Apaixonada por Sherlock Holmes e pelos Beatles não poderia ser outra a cidade que mais queria conhecer no mundo. Muitos anos, o casamento e três filhas muito especiais depois, o sonho, finalmente, se tornou realidade.
FOTO ESPECIAL COM O BIG BEN
E, entre os pedidos de presentes das filhas, o mais inusitado partiu da caçula, a galeguinha de três aninhos de idade. Ela queria dois presentes: uma boneca com uma banheira e um chuveiro que saísse água de verdade e que os pais conhecessem o BIG BEN e tirassem uma foto para ela. Eles poderiam deixar de ir a qualquer lugar, menos ao BIG BEN. É claro que o pedido foi atendido e a pequena ganhou a sua foto. E a boneca também.  
REALIZAÇÃO DO SONHO DO PAI E DA MÃE
A menininha que, como seus pais e suas irmãs ama os Beatles e também ama o BIG BEN cresceu e, dezessete anos depois foi realizar o seu sonho, desta vez, sem intermediários: conhecer Londres. E, como não poderia ser diferente, encontrar seu velho e querido relógio, sem antes, no entanto, assistir ao Fantasma da Ópera, passear pela Back Street e, é claro, atravessar a faixa de pedestres mais famosa do mundo, em frente a ABBEY ROAD, a antiga gravadora dos Beatles - APPLE.
REALIZAÇÃO DO SONHO SEM INTERMEDIÁRIOS
E, graças aos avanços tecnológicos e a magia da internet, a travessia da famosa faixa pôde ser assistida, ao vivo, com direito a fotos e tudo, a 7.413 Km de distância. Aliás, a travessia foi acompanhada pelos pais, no Brasil e pela irmã na Noruega. Viva à Internet e seu poder de, como se fosse magia, nos transportar para o outro lado do mundo.


MAIS UM SONHO REALIZADO: ATRAVESSAR A FAIXA MAIS FAMOSA DO MUNDO
Esta viagem, com a mais absoluta certeza, será inesquecível e irá acompanhar a minha garotinha pelo resto de sua vida. Não apenas pela beleza, pela cultura, pelas novidades as quais está tendo acesso, mas, sobretudo, por ter um dia sonhado e ter conseguido realizar esse sonho. Assim como a opção das duas irmãs mais velhas de morar em outro país está fazendo delas pessoas mais maduras, mais responsáveis, vivendo uma experiência única, que fará parte da história de vida que estão escrevendo.


O ninho ficou vazio. Não é fácil viver esta experiência que sempre chega para toda mãe, todo pai, de uma forma ou de outra. Mas qual o pai ou qual a mãe que não sonha em ter a família toda por perto, para abraçar sempre que tiver vontade? Para sentir o cheiro, o calor de sua cria? Para cuidar quando estiver doente, consolar quando estiver triste ou gargalhar juntos nas horas de alegria? Ou ver os netos correndo pela casa, fazer-lhes as vontades, enchê-los de dengo e manha? Em mais algumas (longas) semanas a caçulinha volta. O seu próximo sonho ainda será realizado por aqui.


O futuro? Nem quero pensar nele e nos sonhos que ele trará. Também eu tenho os meus próprios sonhos. Deixar de sonhar é se entregar à dura realidade da vida e perder a esperança em nossa própria capacidade de mudar e transformar o que não está bom. Como dizia Dom Helder “Sonho que a gente sonha sozinho é só um sonhos. Sonho que a gente sonha juntos é o começo da realidade”. Continuemos pois, cada um de nós a sonhar. Quem sabe, um deles não coincide sendo o mesmo para muitos e se torna realidade?

sábado, 7 de abril de 2012

FAMÍLIA: REGRAS

Este cartaz foi fotografado por minha filha mais velha, em uma loja de decoração, no complexo turístico Blue Mountain, na cidade de Collingwood, no Canadá. Achei tão lindo que resolvi postar aqui, com a tradução, para que todos possam entender e, quem sabe, adotar as regras, quem ainda não as praticam. Estas eu adoto com toda alegria.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

QUANDO FEVEREIRO CHEGAR ...

...“Saudade já não mata a gente”... diz a musica cantada por Geraldo Azevedo. Mas, fevereiro chegou e a saudade continuou, danada de doída, apertando o coração e dando nó na garganta, como se nenhum dia tivesse se passado, desde o final de janeiro, quando o ninho que estava cheio, voltou a ficar mais vazio, quando dois pares de asas bateram novamente e voaram pra longe.

E quando o final de março chegou, o terceiro par de asas se preparou e levantou voo, também pra longe deixando, agora, o ninho completamente vazio por dois longos e intermináveis meses.

Os amigos me perguntam o que houve, por que nunca mais escrevi nada no blog. Mas com tanta saudade machucando dentro do peito, fica difícil escrever. Mas voltei pra escrever justamente sobre saudade.

Eita sentimento danado esse. Começa a se espalhar devagar, como quem não quer nada e vai tomando conta da gente, sem pedir licença, nos lembrando, a toda hora, a falta que sentimos, o vazio que fica o ninho quando os filhotes vão embora.

E aí chega alguém e nos diz: com o tempo a gente se acostuma não é? Não! Definitivamente, eu não me acostumo. E não vou me acostumar nunca. Como podemos nos acostumar com a ausência de quem tanto amamos? Bem que gostaria de ter uma fórmula que pudesse usar e, como mágica, a saudade doesse menos.

Ser feliz com a felicidade dos filhos é uma coisa. Isso, com certeza, eu sou. Não sentir a falta deles é outra completamente diferente. Bem que eles poderiam ser felizes mais perto da gente, não é mesmo?

Em menos de dois meses, quando a caçulinha voltar, o ninho vai voltar a sentir alegre, animado, renovando as forças pra esperar pelo final do ano, por dezembro, pelo natal, quando os corações se unem e ninho volta a ficar cheio, de filhotes e de alegria.