domingo, 27 de fevereiro de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - CAPÍTULO 05

Continuando as nossas Desventuras em Série vamos hoje ao quinto capítulo:

O PERIGO MORA AO LADO

O tempo foi passando e a nossa garota levando sua vida com tranquilidade. Encontrou um apartamento muito legal, do jeitinho que ela queria e foi tocando sua vida, sem mais nenhuma novidade desagradável. Até que um dia, no escritório, se deparou com uma estranha planta. Plantada em um jarro, no parapeito da janela, a famigerada planta tinha longos ramos, que se moviam estranhamente, como tentáculos, ameaçando nossa garota que, para seu desagrado, senta-se em uma cadeira ao lado do vegetal destrambelhado, sendo ameaçada o dia inteiro por ela. E, todo dia era a mesma coisa, a planta toda agitada, querendo por os seus tentáculos na garota.

Vejam vocês que aberração da natureza! Perguntando a um amigo, biólogo, se esse comportamento era natural, ele afirmou que de jeito nenhum. Provavelmente a planta estava em busca de um apoio. Tudo bem, mas em quem ela queria se apoiar? Na garota? Não seria o caso de procurar um psicólogo botânico?

desenhado pela garota apavorada

Passado um tempo, o monitor do PC em que trabalha a garota, começou a não querer funcionar. Examinando o dito cujo para ver se achava onde era o defeito eis que ela se depara com uma situação muito, muito inusitada: não é que a danada da planta tinha enroscado seus tentáculos no cabo do monitor? Pois é, finalmente ela havia encontrado o seu apoio. Só que estava prejudicando o bom funcionamento do monitor. Mas como a planta poderia saber disso? Estava ali, solitária, encontra um fio amigo e vai se enroscando. Quem não faria isso?

Mas se vocês pensam que a bizarrice termina aí, enganam-se. Observando melhor por onde a planta havia se espelhado, a garota percebe que a danada tinha conseguido se enfiar por um minúsculo buraquinho do monitor.

Como ela conseguiu tamanha façanha? Pois é, essa foi a pergunta que todo mundo fez.

Bem, para o monitor voltar a funcionar era necessário tirar aquele tentáculo dali. A garota começou a puxar, a puxar, um tentáculo que parecia não ter fim. Até que se rompeu e ainda ficou um pedaço lá dentro, que só foi retirado integralmente na base da pinça.

Em suas mãos ficaram uns 30 cm de tentáculo, inerte. Vocês acreditam nisso? Vamos combinar, é, sem dúvida, uma planta muito carente. Tadinha dela. Só queria um apoio.

Depois de ser mutilada, acredito que a planta carente vá pensar duas vezes antes de se meter dentro do monitor daquela valente garota outra vez. Pelo menos é o que a garota espera. Depois de ter seus projetos arruinados e ainda ter perdido um tentáculo inteiro, quem sabe a planta acalme entenda que não é assustando os outros que vai conseguir atenção?

A verdade é que aquela busca de apoio da planta prejudicou o monitor que não está mais funcionando direito.

Recolhida à sua impossibilidade de sair do lugar, à planta resta a conformidade de que terá que ficar ali, com seus tentáculos soltos, perdidos no ar, a procura de um lugar para se enroscar. Solidão é fogo mesmo.

Vitoriosa, a garota passa pela planta e olha, ameaçadora, como a dizer, “não se meta comigo que eu te corto um tentáculo de novo”. A paz se estabeleceu? Quem sabe? Só o tempo dirá se, ao esquecer a sofrida mutilação, ela não voltará a empunhar seus tentáculos, ameaçando as garotas e os fios que encontrar pela frente.

Ilustração: Rosana Menezes

Bem, com certeza essas experiências devem ter fortalecido a garota que agora, mais corajosa, já pode enfrentar aranhas, gaivotas e plantas enlouquecidas. Tudo bem que nunca estes confrontos são agradáveis. Mas, da próxima vez, garanto que ela vai logo, de cara, mostrar quem está no controle.

E, no próximo episódio , continuando as “desventuras fora de série”, vamos contar um estranho episódio acontecido com a irmã mais velha de nossa corajosa garota. Parece que episódios bizarros é mal de família. Aguardem.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - CAPÍTULO 04

Porque hoje é sábado, é dia de postar mais um capítulo das DESVENTURAS FORA DE SÉRIE. Então vamos ao capítulo de hoje:


O ATAQUE DAS GAIVOTAS ENLOUQUECIDAS


Morando perto do trabalho, a nossa garota fazia o percurso de volta pra casa a pé, numa agradável tarde de verão.

Ia caminhando, apressada, milhares de coisas para fazer, quando, ao descer da ponte, percebeu uma estranha movimentação nos céus. Notou uma certa agitação nos movimentos de uma gaivota.

Mas, gaivotas são gaivotas oras. Avezinhas simpáticas, que enfeitam as praias com seus voos graciosos (???). E, assim, sem nenhum motivo aparente, do nada, se viu atacada por aquelas aves até então vistas como inofensivas.

Isso mesmo, por gaivotas, que dando voos rasantes, ameaçavam bicá-la. Amedrontada, diante de uma situação tão bizarra, a nossa garota resolveu correr.

ilustração: ROSSANA MENEZES

As gaivotas continuavam fazendo suas investidas, chegando a tocar nos cabelos da garota que, assustada, tropeçou e caiu, arranhando-se bastante . Difícl era explicar às pessoas o que tinha acontecido. Covenhamos, foi uma situação bem embaraçosa. Ser perseguida por gaivotas?

Até hoje, ela não entendende o que provocou a ira das gaivotas. Disso tudo ficou a certeza de que nunca mais vai passar perto de criaturas tão monstruosas. Eu também não passaria. Criaturinhas perigosas! Quem diria?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - CAPÍTULO 03

Conforme o prometido, posto hoje o terceiro episódio das "Desventuras" de uma garota vivendo muito muito distante de casa. E o episódio de hoje é:


O ATAQUE DAS ARANHAS ASSASSINAS


Certa noite, o namorado viajando, sozinha em casa, em meio às milhares de caixas de sua mudança, ainda não tendo encontrado um apartamento para alugar, a garota viu-se frente a frente com um enorme problema: penduradas na cortina, duas enormes aranhas a encaravam, ameaçadoras e famintas, com suas patas compridas e peludas. De que será que se alimentam as aranhas em países que não têm insetos dando sopa?

Tudo bem, não era nenhuma “LARACNA”*, nem nenhuma caranguejeira, talvez nem fosse tão grande assim, mas, avessa a insetos, aracnídeos e répteis em geral, a garota se viu tomada pelo pânico, ao se ver ali, sozinha, a mercê de bichos tão perigosos e peçonhentos.

Na verdade, nem perigosos, nem peçonhentos, vá lá. Mas, assustadores. Talvez não tão assustadores assim. Mas, enfim, eram duas aranhas. E aranhas, até segunda ordem, dão medo. Não dão não? Pelo menos em algumas pessoas. E ficaram as três ali, por uma boa parte da noite, se olhando, sem saírem de seus lugares.

ilustração: Rossana Menezes


Foi então que, sorrateiramente, a garota saiu correndo do quarto, fechou a porta e dormiu no sofá da sala. Mas isso não fez com que as aranhas sumissem. Ligou para o namorado e, através do telefone, ele lhe deu instruções de como matar as aranhas. E, corajosamente, ela conseguiu resolver aquela situação perigosa. Mais perigosa para as aranhas que bailaram, no final das contas. Tadinhas, vai ver só queriam mesmo companhia.

Superada mais esta desventura, nossa garota não sabia, mas, em breve, acrescentaria á sua lista negra também as aves. Não todas. Uma em especial.

Mas isso é assunto para o próximo sábado.

Bom final de semana apra todos.


*LARACNA - Laracna (Shelob no original em inglês) é a aranha gigante que o personagem Samwise Gamgee, companheiro de Frodo, da trilogia O Senhor dos Anéis, enfrenta em sua aventura em Cirith Ungol (fronteira de Mordor).

J.R.R. Tolkien, autor da trilogia, deixa transparecer que ela é uma das descendentes de Ungoliant, aranha ancestral que ajudou Melkor a destruir as Duas Árvores de Valinor

sábado, 5 de fevereiro de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - CAPÍTULO 2

E, como combinamos, hoje estou de volta com mais um capítulo das DESVENTURAS FORA DE SÉRIE. Vamos lá então...

O SURTO DOS SENHORIOS DESVAIRADOS

Depois de muita procura, muitos apartamentos corridos, uns muitos bons, mas fora do orçamento, outros cabendo no orçamento, mas não tão bons, finalmente parecia que o apartamento havia sido encontrado. Novinho em folha, mobiliado, esperando por suas novas moradoras.


Mas, depois do primeiro mês em seu terceiro apartamento, as coisas não foram lá muito legais. Os locatários, a princípio simpáticos, se revelaram um tanto insanos, quando, enviando sem parar mensagens paro o seu celular – SMS – exigiam que retirasse da porta de entrada, um carro verde ali estacionado. Irritados, sem a menor noção de gentileza e educação, falavam que nem ela, nem a sua colega de apartamento, tinham permissão para estacionar carro na frente da casa. Ah! Esqueci de um pequeno detalhe: Os proprietários moravam em baixo do apartamento que a garota alugou.

Bem, eles até poderiam estar contrariados e tal, mas precisava ser tão inconvenientes? E, até que a garota, mesmo horrorizada com o tratamento recebido, poderia ter ido correndo retirar o carro, se não fosse por um pequeno detalhe: ela não tem carro. Então era mesmo impossível ela tirar o carro não é mesmo? Mas os senhorios, loucos, não queriam nem saber e exigiam a retirada do carro, cegos à explicação da garota de que o carro não era dela. Só entenderem isso quando o dono, que havia ido fazer algum serviço por ali, entrou no carro e se mandou.


Mas não parou por aí. A colega de apartamento, chega um dia e comunica que os pais dela estão vindo passar uns dias na cidade e irão se hospedar com elas. Comunicou, não consultou. Simplesmente, digamos assim, avisou. Acontece que lavando roupa tarde da noite, conversando alto e coisas assim, faziam tanto barulho que deixou os “amáveis” senhorios enfurecidos. A garota, que ficou na casa do namorado durante o período em que a colega recebia a família foi, mais uma vez, injustamente responsabilizada pelos senhorios, por desmandos que ela estava longe de ter cometido.


Eles começaram a reclamar sem parar, gritando, perdendo o controle, esbravejando sobre o barulho e todas as coisas que eram proibidas de acordo com o contrato e coisas deste tipo. A colega ouviu a tudo passivamente e nem se deu ao trabalho de dizer que a garota não estava em casa e que, na verdade, haviam sido seus hóspedes que tinham feito a barulheira toda.


Assustada, a garota chegou à conclusão que não tinha sido uma boa ideia ir morar naquele apartamento. Diante deste tipo de comportamento agressivo, grosseiro e injusto, não dava mais para continuar ali. E só havia se passado dois meses. Mas, até pagaria uma multa se fosse necessário, mas ali, definitivamente, não dava pra ficar. Mas, passado o momento de descontrole, os dois se acalmaram e até consentiram em rescindir o contrato, sem nenhum prejuízo da garota. E, a partir deste momento, ela passou a ser uma sem-teto. Ou quase.

Porque encontrar apartamento em fim de período escolar era o mesmo que tirar na loteria. A procura era grande e a oferta, nem tanto. Ela juntou suas coisas e ficou, por um tempo, na casa de seu namorado, enquanto encontrava outro lugar para morar. Só que, desta vez, seria sozinha e bem longe de proprietários.