sábado, 6 de setembro de 2014

A ALEGRIA DE SER

O ano era 1980. A data, 21 de junho. O acontecimento? A chegada de um bebê. Não de um bebê qualquer. Mas do meu primeiro bebê.

Querendo parto normal, esperava ansiosamente para entrar em trabalho de parto e nada. Talvez por não querer deixar o aconchego em que se encontrava, meu bebê só resolveu chegar nos dias finais do prazo previsto. Talvez não quisesse perder o São João, então resolveu chegar. Naquela época ultrassonografia ainda não era item obrigatório no pré-natal, então resolvi não fazer e esperar pela surpresa, se seria menino ou menina.

Tudo estava organizado. Quartinho arrumado. Mala pronta. Só aguardando a hora.
Depois de quase um dia na maternidade,  ela chegou nas primeiras horas da manhã de um sábado, cabeludo, rechonchuda e muito vermelha. A emoção de segurar um filho nos braços, pela primeira vez, não tem discrição, não tem palavras, não tem comparação. Cada filho que seguramos pela primeira vez é uma experiência ímpar, inigualável, comparada apenas à emoção de segurar a neta, pela primeira vez.

A hora de conhecer aquela pessoinha que chutava nossa barriga e se virava o tempo todo procurando um lugar mais confortável finalmente chega. E é um momento é mágico.

Quatro anos depois a experiência se repete. Há exatos trinta anos, em uma quinta-feira, começo de feriadão, entrando no oitavo mês de gravidez, logo de manhã cedo percebi que algo estava diferente.

Era uma quinta-feira, véspera de feriado, dia de sol, como eram os dias de setembro antigamente. Feriadão à vista, meus planos eram pegar Rossana na escola e descansar no feriado. Entrando no oitavo mês de gravidez, no início da semana iria começar os preparativos para a chegada da mais nova integrante da família, prevista para a partir do dia 29 de setembro.

Minha médica havia tirado férias no começo do mês para estar aqui quando a hora do parto chegasse. Tudo corria dentro do esperado. Até que alguém, com pressa de conhecer logo a sua família, resolveu se antecipar e chegar de surpresa, um mês antes do previsto.
E bota surpresa nisso. As roupinhas ainda não estavam organizadas, nem o quarto, nem nada, para falar a verdade. Foi uma correria só.

Mas deu tudo certo conseguimos arrumar tudo, eu e a família e à noite, estávamos prontos para a sua chegada.

E assim você chegou Dea, de repente, de surpresa e veio para iluminar ainda mais a nossa vida. Miudinha, pouquinho cabelo  e muito linda, você chegou pra tornar a nossa família ainda mais feliz.


Hoje, trinta anos depois, relembro aqueles momentos, a correria para arrumar tudo, a insegurança por minha médica estar fora, a ida para o hospital, e depois apenas a alegria de segurar você em meus braços. A alegria de ver minhas duas filhinhas juntas. A imensa alegria de ser novamente mãe. Alegria que voltei a ter, oito anos depois com a chegada de Carol, oito anos depois.

Ninguém esperava mais por gente nova na família. E aí, ela resolveu que queria fazer parte dessa família e sinalizou que estava vindo. Quando a gente está mais madura, fica um pouco apreensiva em estar grávida, em ter mais um filho. Confesso que no começo essas coisas me ocorreram. Uma conversa com duas amigas que tiveram filhos nessas circunstâncias e o bem que fez a elas, me acalmou e fez com que a preocupação desse lugar a alegria de ser mãe outra vez. Hoje não consigo imaginar nossa vida sem ela.

Como a turma por aqui gosta de nascer perto de feriado, com Carol não poderia ser diferente. Ela chegou no dia 14 de julho, cheia de saúde, pouco cabelo e muita fofura, apesar de miudinha também.

Não imagino minha vida sem minhas três filhas. Não poderia ser diferente, de jeito nenhum. Gosto da casa cheia, animada, com música tocando, videogame e brincadeiras rolando e muita conversa.

Há sete meses, foi Andrea quem passou a experimentar essa alegria. E que mãe linda e dedicada que ela é.

Hoje, no dia do seu aniversário, sou eu quem recebe os parabéns s pelas três filhas que tenho. E agora, parabéns pela netinha que Dea me deu.

Minhas filhas desejo a vocês que a vida sempre lhes sorria. Que vocês consigam realizar cada sonho que sonhar. E que eu sempre faça parte de suas vida.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O NINHO VAZIO

por ASSUERO GOMES




É sempre bom lembrar que um ninho vazio está sempre cheio de ar como parecia no vinho da canção. Um ninho vazio nunca está vazio, está cheio de amor.

Feito de palhas de berços esquecidos, brinquedos amarelados, rasgos de fotos e de lembranças, mesmo vazio o ninho está cheio de saudade. Meio dor, meio alegria, sempre aberto o ninho se sustenta na árvore e sobrevoa no vento do tempo, olhando com a boca aberta para o infinito azul do céu. Meio esperança, meio desespero.

O ninho vazio é feito de bonecas, quebra-cabeças inconclusos, livros de tarefas inacabadas, e dessas fotos impressas no coração, de momentos e de eternidades.

O ninho contém em si a volta e a partida. Foi construído com pedaços de si, aos poucos, aos poucos, entre metade de sorrisos e febres noturnas, tosses e noites mal dormidas e manhãs bem-vindas. Em si, em si mesmo o ninho tornou-se eterno. Enquanto durar o casal, enquanto durar a árvore e o céu, e a lembrança viajante dos que ousaram voar com as asas próprias dos humanos. Nem mais anjos, nem mais animais, apenas humanos.

É sempre bom lembrar que no ninho vazio dormiremos nosso sono, e nossos sonhos. Nele veremos a derradeira visão, a derradeira manhã e a última noite; mas é sempre bom lembrar que antes disso, a cada ciclo de voo os ninhos se enchem de novo, mesmo fugazes, serão novamente alegres, novamente cheios, novamente felizes.

Mesmo vazios os ninhos nunca se desfazem. Contorcem-se, gemem silenciosos, choram orvalhos de madrugadas, cintilam brilhos de estrelas, oram. Jamais se desfazem. São a habitação do infinito, a morada do essencial, são a própria morada do humano. Ali a humanidade renasceu, se refez, se libertou e ganhou vida pela Terra.

É sempre bom lembrar que um ninho vazio está sempre cheio de amor, como no princípio.
        
Assuero Gomes

Médico e escritor. 
Postado no blog O ANEL DE TUCUM:
http://assuerogomes.blogspot.com.br/

domingo, 26 de janeiro de 2014

ELA CHEGOU!

Foram nove meses de espera, de ansiedade, de torcida para que tudo corresse bem na espera e na chegada. Uma mistura de alegria pela nova vida que estava pra chegar e de tristeza por não estar junto para partilhar esse momento.

No meio da espera, um presente maravilhoso dos queridos primos Gisele e Gustavo: a viagem para as terras distantes para vivenciar esse momento especial.

Viagem marcada, data apertada para o nascimento, torcida para demorar um pouco e ela resolveu chegar logo, porque, puxando a mãe, já não aguentava de curiosidade em conhecer os pais.

E ela chegou, linda, saudável, maravilhosa, para iluminar as nossas vidas e encher de alegria a nossa família.

E acompanhamos tudo pela internet. Bendita internet. Bendito Whatsapp. O pai mandando informações e depois a primeira foto. Foi muita emoção ver aquele rostinho rosado, dormindo e reconhecer nele os traços de nossa família. Naquele rostinho pequenino e sereno, a nossa família vai continuar, vai se renovar e ser mais feliz.

Abençoada seja nossa pequena. Que ela tenha sempre muita saúde. E que saiba sonhar muito e ir em busca dos seus sonhos. Que saiba amar muito e que seja muito amada. Que seja generosa e que descubra o valor da gentileza.
Que seja feliz fazendo os outros felizes. Que seja o ar puro de nossas manhãs, a luz do nosso caminho e a alegria de quem estiver ao seu redor.
Que ao chegar seja sempre muito bem vinda e ao sair deixe saudade e um sabor de quero que fique mais.

Que o otimismo e a esperança sejam seus companheiros sempre e que vida sempre lhe sorria.

Que o seu nome, Victoria, seja a inspiração para nunca desistir de suas lutas, de seus sonhos, de seus objetivos.

E que você descubra o valor da família e dos amigos, contando sempre com a gente para cuidar de você.

E, tomando a ousadia de fazer minhas as palavras de Chico, canto pra você:
“Ai que bom que você veio e você chegou tão linda, eu não cantei em vão, bem vinda no meu coração”.

Estou já chegando.