sábado, 5 de fevereiro de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE - CAPÍTULO 2

E, como combinamos, hoje estou de volta com mais um capítulo das DESVENTURAS FORA DE SÉRIE. Vamos lá então...

O SURTO DOS SENHORIOS DESVAIRADOS

Depois de muita procura, muitos apartamentos corridos, uns muitos bons, mas fora do orçamento, outros cabendo no orçamento, mas não tão bons, finalmente parecia que o apartamento havia sido encontrado. Novinho em folha, mobiliado, esperando por suas novas moradoras.


Mas, depois do primeiro mês em seu terceiro apartamento, as coisas não foram lá muito legais. Os locatários, a princípio simpáticos, se revelaram um tanto insanos, quando, enviando sem parar mensagens paro o seu celular – SMS – exigiam que retirasse da porta de entrada, um carro verde ali estacionado. Irritados, sem a menor noção de gentileza e educação, falavam que nem ela, nem a sua colega de apartamento, tinham permissão para estacionar carro na frente da casa. Ah! Esqueci de um pequeno detalhe: Os proprietários moravam em baixo do apartamento que a garota alugou.

Bem, eles até poderiam estar contrariados e tal, mas precisava ser tão inconvenientes? E, até que a garota, mesmo horrorizada com o tratamento recebido, poderia ter ido correndo retirar o carro, se não fosse por um pequeno detalhe: ela não tem carro. Então era mesmo impossível ela tirar o carro não é mesmo? Mas os senhorios, loucos, não queriam nem saber e exigiam a retirada do carro, cegos à explicação da garota de que o carro não era dela. Só entenderem isso quando o dono, que havia ido fazer algum serviço por ali, entrou no carro e se mandou.


Mas não parou por aí. A colega de apartamento, chega um dia e comunica que os pais dela estão vindo passar uns dias na cidade e irão se hospedar com elas. Comunicou, não consultou. Simplesmente, digamos assim, avisou. Acontece que lavando roupa tarde da noite, conversando alto e coisas assim, faziam tanto barulho que deixou os “amáveis” senhorios enfurecidos. A garota, que ficou na casa do namorado durante o período em que a colega recebia a família foi, mais uma vez, injustamente responsabilizada pelos senhorios, por desmandos que ela estava longe de ter cometido.


Eles começaram a reclamar sem parar, gritando, perdendo o controle, esbravejando sobre o barulho e todas as coisas que eram proibidas de acordo com o contrato e coisas deste tipo. A colega ouviu a tudo passivamente e nem se deu ao trabalho de dizer que a garota não estava em casa e que, na verdade, haviam sido seus hóspedes que tinham feito a barulheira toda.


Assustada, a garota chegou à conclusão que não tinha sido uma boa ideia ir morar naquele apartamento. Diante deste tipo de comportamento agressivo, grosseiro e injusto, não dava mais para continuar ali. E só havia se passado dois meses. Mas, até pagaria uma multa se fosse necessário, mas ali, definitivamente, não dava pra ficar. Mas, passado o momento de descontrole, os dois se acalmaram e até consentiram em rescindir o contrato, sem nenhum prejuízo da garota. E, a partir deste momento, ela passou a ser uma sem-teto. Ou quase.

Porque encontrar apartamento em fim de período escolar era o mesmo que tirar na loteria. A procura era grande e a oferta, nem tanto. Ela juntou suas coisas e ficou, por um tempo, na casa de seu namorado, enquanto encontrava outro lugar para morar. Só que, desta vez, seria sozinha e bem longe de proprietários.

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