O ano era 1980. A data, 21 de junho. O acontecimento? A
chegada de um bebê. Não de um bebê qualquer. Mas do meu primeiro bebê.
Querendo parto normal, esperava ansiosamente para entrar em
trabalho de parto e nada. Talvez por não querer deixar o aconchego em que se
encontrava, meu bebê só resolveu chegar nos dias finais do prazo previsto.
Talvez não quisesse perder o São João, então resolveu chegar. Naquela época
ultrassonografia ainda não era item obrigatório no pré-natal, então resolvi não
fazer e esperar pela surpresa, se seria menino ou menina.
Tudo estava organizado. Quartinho arrumado. Mala pronta. Só
aguardando a hora.
Depois de quase um dia na maternidade, ela chegou nas primeiras horas da manhã de um
sábado, cabeludo, rechonchuda e muito vermelha. A emoção de segurar um filho
nos braços, pela primeira vez, não tem discrição, não tem palavras, não tem
comparação. Cada filho que seguramos pela primeira vez é uma experiência ímpar,
inigualável, comparada apenas à emoção de segurar a neta, pela primeira vez.
A hora de conhecer aquela pessoinha que chutava nossa
barriga e se virava o tempo todo procurando um lugar mais confortável
finalmente chega. E é um momento é mágico.
Quatro anos depois a experiência se repete. Há exatos trinta
anos, em uma quinta-feira, começo de feriadão, entrando no oitavo mês de
gravidez, logo de manhã cedo percebi que algo estava diferente.
Era uma quinta-feira, véspera de feriado, dia de sol, como
eram os dias de setembro antigamente. Feriadão à vista, meus planos eram pegar Rossana
na escola e descansar no feriado. Entrando no oitavo mês de gravidez, no início
da semana iria começar os preparativos para a chegada da mais nova integrante
da família, prevista para a partir do dia 29 de setembro.
Minha médica havia tirado férias no começo do mês para estar
aqui quando a hora do parto chegasse. Tudo corria dentro do esperado. Até que
alguém, com pressa de conhecer logo a sua família, resolveu se antecipar e
chegar de surpresa, um mês antes do previsto.
E bota surpresa nisso. As roupinhas ainda não estavam
organizadas, nem o quarto, nem nada, para falar a verdade. Foi uma correria só.
Mas deu tudo certo conseguimos arrumar tudo, eu e a família
e à noite, estávamos prontos para a sua chegada.
E assim você chegou Dea, de repente, de surpresa e veio para
iluminar ainda mais a nossa vida. Miudinha, pouquinho cabelo e muito linda, você chegou pra tornar a nossa
família ainda mais feliz.
Hoje, trinta anos depois, relembro aqueles momentos, a
correria para arrumar tudo, a insegurança por minha médica estar fora, a ida
para o hospital, e depois apenas a alegria de segurar você em meus braços. A
alegria de ver minhas duas filhinhas juntas. A imensa alegria de ser novamente
mãe. Alegria que voltei a ter, oito anos depois com a chegada de Carol, oito
anos depois.
Ninguém esperava mais por gente nova na família. E aí, ela
resolveu que queria fazer parte dessa família e sinalizou que estava vindo.
Quando a gente está mais madura, fica um pouco apreensiva em estar grávida, em
ter mais um filho. Confesso que no começo essas coisas me ocorreram. Uma
conversa com duas amigas que tiveram filhos nessas circunstâncias e o bem que
fez a elas, me acalmou e fez com que a preocupação desse lugar a alegria de ser
mãe outra vez. Hoje não consigo imaginar nossa vida sem ela.
Como a turma por aqui gosta de nascer perto de feriado, com
Carol não poderia ser diferente. Ela chegou no dia 14 de julho, cheia de saúde,
pouco cabelo e muita fofura, apesar de miudinha também.
Não imagino minha vida sem minhas três filhas. Não poderia
ser diferente, de jeito nenhum. Gosto da casa cheia, animada, com música
tocando, videogame e brincadeiras rolando e muita conversa.
Há sete meses, foi Andrea quem passou a experimentar essa
alegria. E que mãe linda e dedicada que ela é.
Hoje, no dia do seu aniversário, sou eu quem recebe os
parabéns s pelas três filhas que tenho. E agora, parabéns pela netinha que Dea me
deu.
Minhas filhas desejo a vocês que a vida sempre lhes sorria.
Que vocês consigam realizar cada sonho que sonhar. E que eu sempre faça parte
de suas vida.
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