quarta-feira, 5 de agosto de 2015

E ELAS CRESCEM ...


 A vida é assim, as coisas vão acontecendo e, no que lhe parece a passagem de um segundo, passaram-se anos.

Um dia desses eu estava levando Rossana pela primeira à escola, depois de ter protelado esse momento por três anos e oito meses. 
Isso mesmo. E lá estava ela, agarrada a mim, chorando, sem querer ficar na escola, que, por sinal, ficava a um quarteirão de distância. 

Foram dias de sofrimento, pra ela, que não queria ficar de jeito nenhum e, pra mim, que não queria deixá-la.

Fui pra escola com seis anos, por que ela precisava ir tão pequenininha? Tempos modernos, eu suponho. Depois de muito sofrimento, choro e desolação, aos poucos, ela foi se acostumando e, por fim, ficando sem desespero. Pelo menos da parte dela. Da minha, era um sofrimento sem fim.

Com Andrea já foi diferente. Apesar de extremamente grudada em mim, ao ponto de eu a chamar de “chicletinho”, foi ela quem pediu para ir para a escola. Toda vez que íamos deixar Rossana, ela queria ficar. E, foi assim que, com dois anos e cinco meses, ela entrou na mesma escolinha de Rossana, a maravilhosa Jardim Escola, e ficou sem problemas. Eu é que voltava pra casa arrasada, sozinha, sem as minhas duas filhas.

Com Carol, a caçula, foi um meio termo. Na Escola Parque, à época, havia deixado de ter o pré-escolar. E ela foi estudar na Casa Quintal, das filhas de Doza, uma das donas da Parque e pessoa muito querida. Aliás, como todos na Parque são muito queridos.

Embora, nos primeiros dias, Carol tenha ficado um pouco retraída e chorosa, contei com o total apoio das meninas do jardim 3, que a adotaram e entretinham ela de todas as formas para que ela ficasse bem. Essa força ajudou bastante. Isso e o fato da escola ser maravilhosa também e as diretoras e professoras serem muito especiais.

O tempo passou, elas cresceram, as duas mais velhas foram morar longe e, há um ano e meio, chegou mais uma senhorita para a família, a minha neta Victoria.

E, hoje, foi a vez dela começar a ir para a creche, dando início a um novo ciclo na vida de Andrea e Thomas e, por tabela, também na minha.

Talvez muitos achem bobagem essa história de sofrimento porque os filhos vão para a creche ou escola. Eu não acho. Vivi isso três vezes e estou vivendo mais uma vez. É aquele sentimento de preocupação ao imaginar gente cuida com tanto amor, com tanto carinho e agora elas irão ser cuidadas por pessoas estranhas, longe de nossos olhos.
Se morássemos na mesma cidade eu cuidaria dela até ficar maior, para a mãe voltar a trabalhar. Mas, infelizmente, mais de 8000 quilômetros nos separam e não tem outro jeito, a não ser ir mesmo para a creche.

Sei que será uma boa experiência, que ela vai aprender coisas que em casa seria mais difícil como brincar com outras crianças, dividir os brinquedos e coisas assim.

Só espero que as pessoas que trabalham na creche gostem do que fazem e gostem de crianças. Que sejam pacientes, gentis e amáveis. Que saiba tratar esses pequenos seres como eles devem ser tratados: com respeito, dignidade e amor.

Tomara minha querida Victoria que a creche seja maravilhosa e que deixe boas lembranças em sua cabecinha, ainda tão pequenina e cheia de interrogações.


Boa sorte minha pequena Victoria. Que a creche consiga ser um segundo lar para você. Não vejo a hora de você começar a contar como foi o seu dia, cheia de entusiasmo e de alegria.

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