sábado, 29 de janeiro de 2011

DESVENTURAS FORA DE SÉRIE

Começo hoje a postar a primeira parte das "desventuras" de uma jovem vivendo a experiência de morar sozinha, no exterior. Os fatos aqui narrados são reais e sua publicação foi devidamente autorizada.
Leiam esta primeira parte e, se gostarem, acompanhem o restante destas desventuras nada corriqueiras.

PRIMEIRA PARTE

O SOL DA MEIA-NOITE

Conta-se que em uma cidade bem bem distante daqui, morava uma garota, de seus vinte e muitos anos, que ali havia se estabelecido para exercer a sua profissão.

Era uma cidade pequena, coisa de 150 mil habitantes mais ou menos. Nela estavam as melhores faculdades do país. Era, como se costuma chamar, uma cidade universitária, para onde iam estudantes de várias partes do país e do mundo.

Cidade pacata, organizada, tranquila. Comércio fechando às seis da noite. Nada de shoppings aos domingos e nem supermercado. Afinal, naquele país, trabalhar era um meio e não um fim. Que coisa maravilhosa. Nada de workholics viciados em trabalho, deixando passar o tempo sem ver, que nem a Carolina da música de Chico.

Cidade próspera, moderna, sistema de transporte público nota 10. É verdade que só funciona até a meia-noite. Mas isso é apenas um detalhe que só tem problema na hora de encerrar mais cedo as farrinhas, pra não perder o último ônibus.

Na cidade, uma mistura de nativos e estrangeiros, dava-lhe um colorido especial. E era nesta pacata cidade, onde engarrafamento é palavra que não existe nem no dicionário, que morava a tal garota, nossa conhecida do comecinho desta história.

Jovem, bonita e inteligente, era uma das poucas mulheres na empresa em que trabalhava, onde havia mais de 30 pessoas. Gostava muito da cidade, apesar da saudade que sentia da família, que morava do outro lado do oceano, nas cálidas terras brasilianas.

No começo, algumas dificuldades de adaptação, como são naturais, foram sendo superadas, algumas com soluções bem simples. E primeira grande dificuldade foi, no verão, conseguir dormir com o sol brilhando inclemente lá pelas dez da noite. Um solzinho danado que se punha por volta das onze da noite e lá pelas três da madrugada já estava de volta. Nada de conseguir pregar olhos antes das onze. E, é claro, nada de conseguir dormir depois das três. Eita solzinho pra gostar de mostrar serviço. A aflição continuou por vários dias, até ser colocada uma cortina bem escura na janela do quarto. A partir daí, todos os problemas para dormir se resolveram. Até o próximo iverno. Porque no inverno, o sol ele vai à forra e se manda lá pelas três da tarde. E aí, a dificuldade é mesmo levantar da cama....









Outras dificuldades, com soluções mais complicadas como mudar de apartamento, por exemplo, foram sendo superadas. O primeiro apartamento era dividido com mais três pessoas. Vamos combinar que morar em um apartamento onde se é obrigada a conviver com pessoas que não estão nem aí para o fato de estar incomodando os colegas ao preparar suas comidas fedidas e oleosas, não era lá muito agradável. Superada esta dificuldade com a mudança para um apartamento para duas pessoas apenas, a vida foi sendo tocada, de maneira mais amena.

Mas daí, como morava em um apartamento para estudantes, ao terminar seu período de estágio, viu-se obrigada a procurar novo local para morar.

Mas, essa parte da história, eu conto pra vocês na próxima semana. Aguardem.

Texto: Rejane Menezes

Ilustração: Rossana Menezes

2 comentários:

Unknown disse...

:D

Rossana disse...

NUnca é demais relembrar as bizarrices da terra nordica!