segunda-feira, 2 de maio de 2011

FELIZ DIA DAS MÃES


Esta semana não vou falar das Desventuras Fora de Série. Vou falar do mês que está começando: o mês de maio. O mês das mães.

O que é afinal ser mãe? Quando pequena ouvi muito a famosa frase que “ser mãe é padecer no paraíso”.

“Havia também uma musiquinha que era cantada como homenagem ás mães, cuja letra dizia: Ela é a dona de tudo, Ela é a rainha do lar, Ela vale mais para mim, Que o céu, que a terra, que o mar.
Ela é a palavra mais linda, Que um dia o poeta escreveu, Ela é o tesouro que o pobre, Das mãos do Senhor recebeu
Mamãe, mamãe, mamãe, Tu és a razão dos meus dias, Tu és feita de amor e de esperança, Ai, ai, ai, mamãe, Eu cresci, o caminho perdi. Volto a ti e me sinto criança.
Mamãe, mamãe, mamãe, Eu te lembro o chinelo na mão, O avental todo sujo de ovo, Se eu pudesse. Eu queria, outra vez, mamãe
Começar tudo, tudo de novo”...

E eu tinha uma tia, Anita, que apesar de ser dona-de-casa, não admitia que cantassem esta música para ela. Já, naquele tempo, tinha pensamentos mais ousados do papel da mãe.

A minha mãe também nunca foi essa rainha do lar, de chinelo na mão e avental sujo. Ela é uma mulher forte, corajosa que, criada para ser “do Lar”, não hesitou em arregaçar as mangas e ir trabalhar fora para ajudar a pagar as contas. Trabalhava fora e cuidava de minha irmã e de mim, sem deixar nos faltar, sobretudo carinho.

E, vejam vocês, o meu caminho foi inverso ao dela. Pertencendo a uma geração após a revolução sexual da década de 60, fui preparada para trabalhar fora, ser independente e, jamais, ser a rainha do lar.

Pra começar, contra tudo e contra todos, cursei jornalismo, curso de comunista e mulheres liberadas, vejam só! Comecei a trabalhar aos 19 anos. No último ano da faculdade, tinha dois empregos e ainda era free lancer do Jornal da Cidade.

Mas quando minha filha mais velha tinha 8 meses de idade e meu marido foi transferido para Natal, fui eu quem não hesitou. Só que no caminho contrário ao de minha mãe, deixei de trabalhar para cuidar da minha filha e da casa, morando em uma cidade estranha, longe da família e sem a estrutura que eu tinha, quando morava aqui.

Minha mãe teve que trabalhar por questões financeiras. Não tinha outra opção. Eu tinha, mas preferi deixar de trabalhar.

Foram três anos de uma nova experiência. Confesso que, em nenhum momento me senti frustrada ou coisa parecida. Passei a ser mãe em tempo integral e esses foram momentos que jamais vou esquecer. Éramos eu, meu marido e ela, contando apenas um com o outro.

Voltei a morar em Recife, tive a segunda filha e, não voltei a trabalhar, apesar dos convites que recebi. Tinha então o propósito de só voltar a trabalhar quando minhas filhas estivessem maiores.

Fazia trabalho voluntário, um ou outro trabalho esporádico, mas nada de voltar definitivamente. Foi aí que a caçula chegou e voltei a ser mãe em tempo integral. E foi muito muito bom poder conviver com as minhas três princesas o tempo todo e participar de cada momento de suas vidas. Do primeiro dentinho aos primeiros passos. Das primeiras alegrias às primeiras decepções.

Foi muito gostoso participar das apresentações na escola, das festas das mães, das aberturas dos jogos. Quem nunca vivenciou isso não tem como saber como é maravilhoso ver as filhas cantando, dançando, entregando o presentinho feito por elas próprias para o Dia das Mães.

Só algum tempo depois voltei a trabalhar meio período.

Hoje, quando vejo as minhas filhas adultas, as mais velhas construindo as suas próprias famílias, a caçula se preparando para entrar na universidade, todas independentes, decididas, sabedoras do que querem para o seu futuro, olho para trás e não me arrependo, nem por um segundo, da opção que fiz. Cada minuto que passei ao lado delas, cada brincadeira que fizemos, cada história que contei ou inventei, cada filme ou desenho que assistimos juntas, não tem preço.

Se na época da minha mãe, a mulher que trabalhava fora enfrentava o preconceito de não ser “do lar”, para mim era o contrário. Eu enfrentava o preconceito das mulheres independentes, que me olhavam com desprezo por não trabalhar. Como as coisas mudam não é mesmo?

Ser mãe em tempo integral ou trabalhar fora deve ser uma opção, não uma imposição. Passei muitos anos fora do mercado de trabalho e, nem por isso, sou menos competente do que as mulheres que continuaram trabalhando.

Ouvi muito a frase: “o importante não é quantidade de tempo que se passa com os filhos, mas a qualidade”. Para mim, tudo é importante. E, se puder unir quantidade à qualidade, saímos todos ganhando.

Ser mãe é algo muito maior do que gestar ou ter um filho. Ser mãe independe de laços sanguíneos, DNA ou afins. Ser mãe é ter a capacidade de amar sem medidas, de fazer o possível e o impossível para que os filhos cresçam sentido-se um ser humano de verdade e, acima de tudo, vendo os outros como seres humanos.

Ser mãe é saber dizer não na hora certa, é saber dar sim com comedimento, é cuidar do “dodói do corpo” e do coração.

Mas, antes de sermos mães, somos mulheres, cheias de virtudes, mas também de defeitos. E aí, erramos muito ao educar os nossos filhos. Bem que eles podiam vir com manual de instrução não é mesmo? Mas não vêm. E, cada um é diferente do outro. O que nos leva á loucura sobre a forma de agir, que nem sempre é a mesma para todos.

Mas, errando ou acertando, o mais importante é que tudo o que façamos, seja por amor.

O tal do dia das mães está chegando. Na mídia, chovem as propagandas, oferecendo de tudo para presentear aquela que deu a vida aos filhos.

Uma, em especial, me tocou bastante e, podem até rir do que vou dizer, mas ela me faz chorar.

Acho que a loja não vai se importar se eu colocar aqui o LINK para que vocês possam ver.

E, quem como eu, estiver longe de seus filhos, vai entender e, como eu, vai se emocionar.

Mesmo que o Dia das Mães tenha um caráter comercial, acho que é legal ter um dia que os filhos prestam uma homenagem ás suas mães.

Mesmo que os filhos não estejam por perto e que isso deixe o coração apertado e doendo, vale e muito, a comemoração, com os que estão juntinho fisicamente e com os que estão pelo skype, pelo MSN, porque, perto ou longe, estamos todos juntos no coração.

Para a minha mãe, obrigada por tudo, por me ajudar a ser a pessoa que hoje sou.

Para as minhas filhas, todo o meu amor e também o meu agradecimento por me amarem como sou.

Então, para mim, para a minha mãe e para todas vocês que estiverem lendo este texto, UM FELIZ DIA DAS MÃES.

5 comentários:

Ivanildo Holanda disse...

Mesmo sendo pai, me emocionei. Parabéns, Rejane. E Feliz Dia das Mães.

Rejane disse...

Obrigada Titio. Essa relação mãe e filhos é sempre muito intensa não é? Mas, com certeza, com alguns pais, também o é. Com você, sei que é. Beijo grande.

Andrea Menezes disse...

Sem palavras...

Te amo mãe!

:*

Rossana disse...

Me fazer chorar não vale!!

Aqui vai a resposta:

http://canadaexpress.blogspot.com/2011/05/mae.html

Nós no Canadá disse...

Muito lindo! Me lembrou minha mãe que fez a mesma escolha para criar suas três filhas. :P

Parabéns!

Maíra.